Por Caio Barbieri & Manoela Alcântara
Contra presença do grupo no Presídio Federal de Brasília, governador tenta convencer ministro a transferir criminosos de alta periculosidade
Contrário à transferência de líderes de facções criminosas para o Presídio Federal de Brasília, o governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou, nesta terça-feira (07/01/2020), que vai apresentar ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, o relatório elaborado pela Polícia Civil (PCDF) sobre a operação contra a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Distrito Federal.
“Só estou esperando o relatório ficar pronto porque quero mostrar ao ministro [Sergio Moro] o que está acontecendo. O fato é que estamos acompanhando há meses os indícios de movimentação desse grupo criminoso no Distrito Federal e as prisões de hoje reforçam essa atuação. Continuo insistindo que é errado trazer para a capital da República bandidos dessa qualidade”, frisou o titular do Palácio do Buriti.
O governador tentará, com isso, convencer a área federal sobre a transferência da cúpula de grupos de alta periculosidade para as proximidades dos Poderes da República e das representações diplomáticas. “A polícia fez o que tinha de ser feito e da melhor maneira possível. Mas não será uma ação única. Estaremos acompanhando de perto essa questão”, continuou.
De acordo com investigações da PCDF no âmbito da Operação Guardiã 61, deflagrada nesta terça (07/01/2020), o PCC montou casa de apoio no Distrito Federal e contava com ajuda de pelo menos quatro advogados para dar assistência aos integrantes da facção. Foram apreendidas armas e drogas, além de cadernos, livros e bilhetes com ameaças a juízes e delegados brasilienses.
Resgate de líder
Recentemente, após tomar conhecimento de um plano de resgate do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, do Presídio Federal de Brasília, Ibaneis voltou a criticar a transferência de líderes de facções criminosas para presídios no Distrito Federal. O plano de fuga foi revelado com exclusividade pelo Metrópoles.
“Eu sempre fui contra, não apenas à vinda desses criminosos para cá. Sou contra a existência de um presídio federal aqui, por sermos a capital do país”, disse o emedebista à coluna. À época, o chefe do Executivo local afirmou não ter sido comunicado oficialmente por integrantes da União sobre o risco de fuga de presidiários.
Fonte: Metrópoles