Por Fred Lima
Na história política do Distrito Federal, nenhum outro governador conseguiu abrir um novo ciclo próspero e duradouro após a era Joaquim Roriz, que se encerrou em 2006. José Roberto Arruda, que foi secretário de Obras do segundo governo rorizista, era a esperança para que a capital tivesse um sucessor à altura do ex-governador. A Operação Caixa de Pandora não deixou.
Agnelo Queiroz teve a chance de corrigir os erros do passado que impediram que o PT continuasse no Palácio do Buriti até 2002. Não conseguiu.
Em 2014, a terceira via convence o eleitorado. Rodrigo Rollemberg (PSB), já empossado no cargo de governador, se encontra com Joaquim e diz que sua vontade é a de ser o pós-Roriz, aquele que abriria uma nova era na política brasiliense, respeitando o legado do ex-governador. Indo na contramão das propostas do rorizismo, Rodrigo lembra mais Cristovam Buarque, de quem foi secretário de Turismo.
Vindo da sociedade civil e do mesmo partido de Roriz quando venceu os dois últimos pleitos que disputou, o advogado Ibaneis Rocha (MDB) tem tudo para ser o governador do pós, caso eleito. As propostas do emedebista resgatam a política social implementada pelo ex-governador na década de 1990, como a volta do Pão e Leite e a mudança das ações da AGEFIS, passando a trabalhar mais de forma preventiva que repreensiva, no que se refere à construção de moradias em áreas irregulares.
Se as urnas do dia 28 de outubro sacramentar o resultado da última pesquisa divulgada, uma nova liderança política terá nascido em Brasília. Mais culto e preocupado com a ética pública que Roriz, Ibaneis pode trazer os programas sociais de outrora, juntamente com um novo jeito de se fazer política, sem corrupção e fisiologismo.
Mesmo com a comoção pela morte do ex-governador Joaquim Roriz há menos de 10 dias da eleição, nenhum candidato do rorizismo se elegeu. Joaquim Roriz Neto, Paulo Roriz e Dedé Roriz ficaram para trás. Eliana Pedrosa (Pros), postulante ao GDF, apoiada pelo clã, acabou em quinto lugar no primeiro turno.
Os tempos são outros. A população não quer a volta do rorizismo, mas que o próximo governador possa abrir um novo capítulo na política da capital, assim como Roriz fez quando ocupou pela primeira vez o Buriti.
Se o povo for colocado em primeiro lugar, pouco importa o perfil do governante. É isso que Brasília pede e Ibaneis pode fazer.
Fonte: Blog do Fred Lima