Presidente também disse que não se preocupa com a volta do ex-presidente Lula ao cenário político e voltou a criticar governadores
O Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, na segunda-feira (26/4), que não está preocupado com a Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) que vai investigar a omissão do governo durante a pandemia do coronavírus, além de repasses de recursos da União a estados.
“Não estou preocupado porque não devemos nada”, declarou Bolsonaro à imprensa, após evento de inauguração da duplicação de um trecho de rodovia na Bahia. As informações são do jornal Folha de São Paulo.
A CPI da Covid será instalada nesta terça-feira (27/4). O governo conta com apenas quatro dos 11 integrantes titulares do colegiado. Além disso, o Palácio do Planalto teme a relatoria de Renan Calheiros (MDB/AL).
Por blindagem da comissão, o governo já admite ceder um ministério para o Senado Federal em busca de apoio entre os parlamentares.
A ideia inicial é recriar o Ministério do Planejamento, mas senadores também miram o Ministério da Educação, hoje comandado pelo pastor Milton Ribeiro, e o Ministério do Meio Ambiente, chefiado por Ricardo Salles.
Durante a entrevista, Bolsonaro também disse que não está preocupado com a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao cenário político. E que se for se preocupar com política, “não trabalha”.
“Eu não estou preocupado com Lula. Minha preocupação é com o Brasil. Se a pessoa votar em pessoa com o passado de Lula, essa é uma pessoa que não entende nada de política e nem da liberdade dele”, disse.
Nova crítica a governadores
Na rápida conversa com jornalistas, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar governadores e ameaçou fazer o uso das Forças Armadas para impedir as medidas restritivas decretados por estados e municípios como forma de frear o avanço da Covid 19.
Segundo o presidente, não se deve esticar a corda “mais do que está esticada”.
“Os governadores estão seguindo o artigo quinto da Constituição? Está sendo respeitado o direito de ir e vir, o direito de a pessoa ter um emprego, ocupar o tempo para exercitar a sua fé? É só ver se isso está sendo respeitado ou não”, afirmou Bolsonaro.
O mandatário do país ainda voltou a criticar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, no ano passado, deu poder para que estados e municípios também tenham autoridade, junto à União, de dotar medidas de combate à pandemia.
“É inconcebível os direitos que alguns prefeitos e govenadores tiveram por parte do STF. É inconcebível. Nem estado de sítio tem isso”, disse.
Fonte: Metrópoles