Por Tiago Vasconcelos
À época, Lula tinha Antônio Palocci como braço direito no Palácio e na coordenação de campanhas presidenciais petistas
Em dezembro de 2007, poucos anos depois do auge do escândalo do Mensalão, o primeiro a assolar a administração petista, o segundo governo Lula enfrentava uma dura batalha para prolongar a vida da CPMF, que deixaria de ser cobrada caso o Congresso não aprovasse uma prorrogação.
A Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira era uma “cobrança”, quase um imposto, que incidia sobre todas as movimentações bancárias. A Câmara dos Deputados aprovou prolongar a CPMF, mas ainda precisava passar pelo crivo do Senado.
Os senadores brasileiros rejeitaram a CPMF, no episódio que ficou conhecido como “a maior derrota do governo Lula em 2007”. Essa derrota significou uma redução de R$ 40 bilhões na arrecadação pública, segundo o próprio governo e afetou diretamente a disputa pelo poder no Legislativo nos anos finais da administração, que tentava compensar a arrecadação de outras formas (taxas, contribuições etc.) através novas propostas ao Congresso.
Simultaneamente aos esforços e eventual derrota do governo petista, a Coluna Cláudio Humberto noticiava, há 15 anos, resultados de uma pesquisa encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) junto ao instituto Sensus, que apontava vitória do já reeleito Lula sobre o principal líder da então oposição, José Serra (PSDB). Entretanto, 49,8% rejeitavam a ideia de alterar a Constituição para permitir um terceiro mandato para o petista. Numa reviravolta de uma década e meia, nas eleições de 2022 o líder tucano apoiou o petista Lula.
Fonte: Diário do Poder