Os programas de preservação e reabilitação de ecossistemas costeiros e marinhos da Agência Ambiental de Abu Dhabi (EAD, na sigla em inglês) foram nomeados entre as 10 principais iniciativas globais do Programa Ambiental das Nações Unidas (PNUMA) para restaurar e reabilitação dos ecossistemas marinhos costeiros. O anúncio foi feito à margem da Conferência da Biodiversidade da ONU (CBD COP15), que começou em 13 de dezembro e vai até o dia 17, em Montreal, Canadá.
Hamdan bin Zayed Al Nahyan, representante do governante na região de Al Dhafra e presidente do Conselho de Administração da EAD, elogiou as conquistas do emirado. “Abu Dhabi confirmou sua liderança e conseguiu fortalecer sua posição global no campo da preservação do meio ambiente e proteção das espécies, além de implementar planos e programas para restaurá-los e reabilitá-los”, disse.
Hamdan acrescentou que a ação da agência levou à restaurarão dos estoques de peixes, que a EAD fortaleceu os planos de plantar e reabilitar manguezais. Destacou ainda que o maior projeto de reabilitação de recifes de corais da região foi lançado, o que, segundo ele, enfatiza ainda mais o papel do emirado tanto a nível local como global na conservação das espécies e seus ecossistemas. “Esforços e recursos estão sendo direcionados para atender aos objetivos do desenvolvimento sustentável e preservar os recursos naturais e garantir sua sustentabilidade para as gerações futuras”, pontuou Hamdan bin Zayed Al Nahyan.
Os programas da EAD para preservar e reabilitar ecossistemas costeiros e marinhos foram selecionados após avaliações realizadas de acordo com os padrões e requisitos do PNUMA, e provaram ser alguns dos projetos mais promissores e ambiciosos do gênero e vistos como modelos pioneiros em nível global. A seleção foi feita a partir de mais de 150 indicações de diferentes países e aprovada por 70 agências governamentais de todo o mundo.
A Dra. Shaikha Salem Al Dhaheri, secretária-geral da EAD, salientou que “nossos habitats marinhos prosperam apesar dos desafios que enfrentam devido às altas temperaturas e ao aumento da salinidade nas águas do emirado o que é único em um mundo onde os efeitos das mudanças climáticas estão aumentando”. Lembrou que diante da pressão que habitats naturais do emirado enfrentam devido ao rápido desenvolvimento na região, bem como atividades de desenvolvimento costeiro e projetos relacionados à habitação, turismo e infraestrutura, a EAD tomou medidas proativas para equilibrar os requisitos de desenvolvimento econômico e social, exploração sustentável de recursos e desenvolvimento de iniciativas de reabilitação e restauração de ecossistemas no âmbito dos planos e estratégias do emirado.
“As iniciativas e programas lançados e implementados pela EAD desde a sua criação atraíram a atenção do PNUMA e o levaram a ser reconhecido como pioneiro no campo da reabilitação e restauração de ecossistemas. Nossa história de sucesso inclui uma melhoria notável em nossos estoques de peixes, além de conquistas significativas no campo da reabilitação de manguezais, ervas marinhas e recifes de corais, que estão entre os habitats marinhos mais importantes e produtivos de Abu Dhabi que sustentam a biodiversidade e fornecem um habitat natural para vários tipos de peixes e organismos marinhos”, afirmou.
A EAD participou da sessão inaugural do PNUMA para selecionar as 10 melhores iniciativas líderes para prevenir e reverter a degradação dos ecossistemas ambientais em todo o mundo, analisando os esforços diferenciados dos programas que implementa nos níveis local e internacional na promoção e proteção dos sistemas ambientais. A EAD também auxilia em esforços internacionais e cumpre suas obrigações estipuladas em convenções e tratados ambientais internacionais. Todas essas iniciativas estão entre as prioridades definidas nos planos estratégicos da EAD para apoiar os objetivos da visão da liderança que aspira fazer de Abu Dhabi um líder mundial na preservação do meio ambiente.
As áreas costeiras e marinhas de Abu Dhabi, localizadas na fronteira sul do Golfo Arábico, são consideradas um hotspot de biodiversidade, abrigando vários habitats que recebem uma ampla variedade de espécies marinhas e peixes grandes. A EAD tem trabalhado para melhorar a condição de deterioração dos estoques de peixes que foram esgotados em até 85%, de acordo com seus estudos e pesquisas.
A implementação da orientação do EAD neste contexto ajudou a proteger os estoques de peixes, com dados mostrando que Abu Dhabi está no caminho certo para atingir a meta de pesca sustentável até 2030. Os esforços da EAD para estabelecer e gerir reservas naturais através da Sheikh Zayed Protected Area Network, que compreende seis reservas marinhas que representam 14% do ambiente marinho do emirado, também contribuíram para a preservação da biodiversidade em Abu Dhabi, garantindo a sustentabilidade dos recursos e promovendo desenvolvimento social e econômico.
Esses esforços geraram resultados positivos para vários habitats e espécies, ajudando a estabilizar organismos importantes e aumentar o número de pássaros, como flamingos, e estabilizar importantes habitats marinhos, como recifes de coral. A EAD lançou uma iniciativa especial, o maior projeto de reabilitação de recifes de coral da região, com o objetivo de cultivar mais de um milhão de colônias de recifes de coral para aumentar a sua área e mitigar as pressões sobre os recifes de coral resultantes das alterações climáticas e aumento das temperaturas no fundo do mar.
A agência também concentrou seus esforços na proteção dos manguezais por meio de programas direcionados para o plantio e reabilitação de áreas de mangue e o uso de tecnologias modernas na agricultura, como drones. Essas iniciativas foram reconhecidas pelo Fórum Econômico Mundial como uma das mais inovadoras no campo do sequestro de carbono azul. Nos últimos 10 anos, 15 milhões de árvores de mangue foram plantadas, contribuindo para um aumento de mais de 35% na área de mangue de Abu Dhabi, que hoje ultrapassa 176 quilômetros quadrados, incluindo árvores naturais e cultivadas. Estudos realizados pela EAD revelaram a capacidade dos manguezais de Abu Dhabi em armazenar carbono a uma taxa de 0,5 tonelada por hectare anualmente, o que equivale a 8.750 toneladas no nível do emirado, e ao consumo de energia de 1.000 residências por ano.
Estudos também mostraram uma melhora no número de tartarugas e sua estabilidade no emirado nos últimos anos. Os esforços da EAD também garantiram a proteção de três tipos de golfinhos e um tipo de boto, com as águas do emirado hospedando uma população de mais de 700 golfinhos, a maioria dos quais vive em áreas marinhas protegidas incluindo o maior grupo no mundo de golfinhos jubarte do Oceano Índico.
Fonte: WAM