O presidente Lula falou pela primeira vez sobre a reeleição do amigo e ditador Nicolás Maduro, e disse que para ‘resolver a briga’ sobre o impasse na eleição presidencial na Venezuela é necessário que as autoridades locais apresentem as atas de votação.
A entrevista exclusiva ocorreu nesta manhã de terça-feira (30), no Palácio da Alvorada, à TV Centro América -emissora afiliada da TV Globo em Mato Grosso.
O resultado oficial apresentado pelo Comitê Nacional Eleitoral (CNE), afirma que o ditador Nicolás Maduro, foi o vencedor com 51,2% dos votos. A oposição e autoridades estrangeiras suspeitam de uma possível fraude e afirmam que o oposicionista, Edmundo González foi o verdadeiro vencedor.
Lula, que não falou nada sobre a Venezuela no domingo e nem na segunda, se manifestou nesta terça, dois dias após a proclamação do ditador. “É normal que tenha uma briga. Como resolver essa briga? Apresenta a ata. Se a gente tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça o processo. E vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Eu estou convencido que é um processo normal, tranquilo”, afirmou o presidente.
“Na hora que tiver apresentado as atas, e for consagrado que a ata é verdadeira, todos nós temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral da Venezuela”, complementa.
Na noite de segunda-feira (29), o Partido dos Trabalhadores rompeu o silêncio e reconheceu a reeleição do ditador, Nicolás Maduro. A nota foi assinada pela executiva nacional do partido, e Lula afirma que não houve nada ‘grave’ e nem ‘assustador’ no processo eleitoral venezuelano.
“O PT reconheceu, a nota do partido dos trabalhadores reconhece, elogia o povo venezuelano pelas eleições pacíficas que houveram. E ao mesmo tempo ele reconhece que o colégio eleitoral, o tribunal eleitoral já reconheceu o Maduro como vitorioso, mas a oposição ainda não. Então, tem um processo. Não tem nada de grave, não tem nada de assustador. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial. Não tem nada de anormal. Teve uma eleição, teve uma pessoa que disse que teve 51%, teve uma pessoa que disse que teve 40 e pouco por cento. Um concorda, o outro não. Entra na Justiça e Justiça faz.”
Fonte: Diário do Poder