Donald Trump incomoda Lula ao dizer estar mal com o que houve com Jair Bolsonaro
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Petista pediu fim de perguntas da imprensa, após presidente dos EUA elogiar ex-presidente Jair Bolsonaro e lamentar situação que motivou tarifaço ao Brasil.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi elogiado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e causou desconforto do presidente Lula (PT), durante o encontro deste domingo (26) entre o chefe do governo norte-americano e o líder do governo de esquerda do Brasil, na Malásia. Questionado pela imprensa, Donald Trump disse se sentir “muito mal” com o que houve com o rival de Lula e seu aliado, que cumpre prisão domiciliar e foi condenado por crimes de “trama golpista” no Brasil.
“Eu sempre gostei dele Jair Bolsonaro, eu sempre gostei dele… Eu me sinto muito mal sobre o que ocorreu com ele. Eu sempre pensei que ele era um cara direito, mas ele tem passado por várias coisas”, respondeu Donald Trump, sobre a situação de seu aliado no Brasil, já classificada por ele de “perseguição política e judicial”, razão central de sua decisão de impor um tarifaço de 50% contra produtos brasileiros.
Durante a resposta do norte-americano sobre Bolsonaro, Lula gesticulou negativamente para a imprensa, e expôs seu incômodo com a declaração, sugerido a Donald Trump e a repórteres que deixassem para concluir a entrevista após a reunião. E Donald Trump respondeu rispidamente, diante da insistência do questionamento de uma repórter, sobre a possibilidade de a situação de Bolsonaro entrar na mesa de negociação: “Não é da sua conta”, disse o norte-americano.
A reação de desconforto de Lula foi destacada pelo filho do ex-presidente, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL/SP), que elogiou o que chamou de “laço de empatia” entre Donald Trump e o ex-presidente Jair Bolsonaro, ao afirmar que o norte-americano se coloca no lugar de seu pai e porque teria a capacidade de imaginar que, quando sair da Presidência dos EUA, o petista e sua equipe apoiarão a lawfare (perseguição judicial) que pode sofrer.

Veja: Aqui
Empatia e Lei Global Magnitsky
Eduardo Bolsonaro ainda questionou o fato de o debate sobre a situação do ex-presidente ter sido negado como parte da conversa de Lula com Donald Trump, de acordo com o que disseram o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa, ao final do encontro.
Os auxiliares de Lula que participaram do encontro disseram que Jair Bolsonaro não foi citado na reunião. Mas Márcio Rosa disse que o petista não deixou de considerar injusta a aplicação de sanções a autoridades brasileiras, a exemplo da Lei Global Magnitsky imposta por Donald Trump ao ministro Alexandre de Moraes, por este ter sido relator da ação penal em que o ex-presidente foi condenado no Supremo Tribunal Federal (STF), em setembro.
“O presidente Lula utilizou como exemplo a injustiça da aplicação da Lei Global Magnitsky em relação a algumas autoridades como do Supremo Tribunal Federal, quão injusta é essa medida em relação a esses ministros. Porque respeitou-se o devido processo legal e não há nenhuma perseguição de natureza política ou jurídica”, resumiu Márcio Rosa.
Veja o momento em que Vieira e Rosa negam que Bolsonaro foi tema da reunião:
Fonte: Diário do Poder

