O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF)

Gilmar Mendes blinda Alexandre de Moraes e Dias Toffoli em meio à crise do Banco Master

Publicado em: 24/12/2025 00:071,9 Min. de Leitura

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Decano do STF afirma ter ‘absoluta confiança’ nos ministros e minimiza questionamentos sobre a atuação da Corte no caso.

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), saiu em defesa dos colegas Alexandre de Moraes e Dias Toffoli, diante das críticas que emergiram em torno do caso que envolve o extinto Banco Master e a atuação da Corte na investigação.

Ao conversar com jornalistas em seu gabinete, Gilmar Mendes declarou ter “absoluta confiança” na conduta de Alexandre de Moraes no episódio, ressaltando que os mecanismos institucionais de fiscalização e controle do Estado brasileiro demonstram que o sistema judiciário e regulatório está funcionando.

Para o ministro, a atuação coordenada entre órgãos e a resposta estatal (incluindo investigação, prisão de executivos e liquidação extrajudicial da instituição financeira pelo Banco Central) são sinais de que as instituições mantêm suas funções dentro da legalidade.

A manifestação de Gilmar Mendes ocorreu depois que reportagens mencionaram contatos de Alexandre de Moraes com autoridades do Banco Central no contexto de negociações relacionadas ao banco, além de revelarem um contrato de representação judicial da instituição com um escritório ligado à esposa do ministro.

Sobre o ministro Dias Toffoli, relator do inquérito no STF que apura as supostas irregularidades no Master, Gilmar Mendes minimizou o episódio de uma viagem feita pelo magistrado com um advogado de um dos investigados para acompanhar uma partida de futebol no exterior, afirmando que não há indícios de que assuntos de natureza jurídica tenham sido tratados fora dos canais institucionais.

Ao comentar a repercussão, Gilmar Mendes destacou que encontros entre magistrados e advogados são práticas recorrentes no meio jurídico, ocorrendo tanto em gabinetes quanto em eventos públicos e privados, e que isso por si só não caracteriza conflito de interesse ou violação de dever funcional.

As declarações do decano também ganham contexto diante de pedidos de alguns parlamentares por mais investigação e transparência, além de debates sobre a necessidade de um código de conduta para ministros do STF, proposta que ainda enfrenta resistência entre os magistrados.

Fonte: Diário do Poder