Um avião com o italiano Cesare Batistti decolou na noite deste domingo do aeroporto Viru Viru, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, em direção ao aeroporto de Ciampino, em Roma, na Itália. O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, confirmou a informação pelo Twitter. No país europeu, Battisti deve voltar a cumprir a pena perpétua a qual foi condenado em 1993 pelo assassinato de quatro pessoas nos anos 70. Ele sempre negou os crimes, dizendo ser vítima de perseguição política.
Por meio do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, o governo brasileiro chegou a anunciar que Battisti viria ao Brasil antes de ser extraditado – ele era procurado pelas autoridades brasileiras desde 14 de dezembro, quando teve a prisão determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux. A informação, no entanto, foi desmentida pelo governo italiano, que negociou diretamente com as autoridades bolivianas a transferência dele sem escalas. A Polícia Federal chegou a enviar um avião para o país vizinho, mas voltou sem o italiano.
A previsão é de que Battisti chegue na Itália na tarde desta segunda-feira.
Após ser condenado a prisão perpétua em 1993, Battisti fugiu da Itália para a França e, depois, para o Brasil, onde chegou em 2004. Foi preso em 2007 no Rio de Janeiro. Dois anos depois, o então ministro da Justiça Tarso Genro lhe concede o status de refugiado político.
O plenário do STF, por sua vez, decide aprovar a sua extradição com base em um pedido do governo italiano, mas condiciona a decisão final ao presidente da República. No último dia de seu mandato, em dezembro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva autoriza o italiano a permanecer no Brasil de forma legal e o ato é confirmado pelo Supremo. Em dezembro de 2018, o entendimento muda e o ministro do STF Luiz Fux manda prender Battisti, que tem a extradição assinada pelo então presidente Michel Temer.
Fonte: Veja
