Operação batizada de Compensação foi autorizada pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), e tem como objetivo avançar nas investigações sobre os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro relacionados à pagamentos do Grupo J&F
A Polícia Federal realiza na manhã desta sexta-feira, 22, buscas em endereços ligados ao senador Ciro Nogueira (PP). Batizada de Compensação, a ação foi autorizada pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), e tem como objetivo avançar nas investigações sobre os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Cerca de 30 policiais federais cumprem sete mandados de busca e apreensão nas cidades de Teresina (PI), Brasília (DF) e São Paulo (SP). Segundo a PF, a investigação teve como origem os depoimentos prestados por colaboradores do Grupo J&F, dono da JBS, que afirmaram terem repassado cerca de R$ 43 milhões ao Partido Progressista, em pagamentos em espécie e doações oficiais, por intermédio do citado senador, em troca de apoio político do partido na campanha eleitoral para a eleição presidencial de 2014.
O caso está relacionado aos repasses da empresas para partidos e políticos com o objetivo de angariar apoio à candidatura à Presidência da petista Dilma Rousseff.
“Verifica-se nos autos existência de indícios mínimos aptos a motivar a abertura de investigação no âmbito dessa Corte sobre o pagamento de vantagens indevidas, no ano de 2014 e 2017, em benefício do Senador da Republica Ciro Nogueira Lima Filho para que seu partido apoiasse o governo nas eleições presidenciais, bem como não agisse contra a então Presidente Dilma Rousseff no processo de Impeachment instaurado no Congresso Nacional”, afirmou a procuradora -geral Raquel Dodge ao abrir a investigação.
Em nota sobre a operação, a PGR afirmou que os colaboradores narraram a compra de apoio político a partidos por meio de Ciro Nogueira e que “parte da propina paga ao partido do parlamentar foi viabilizada por meio de doações oficiais simuladas e outra parte no valor de R$ 5 milhões foi paga em espécie por meio de uma pessoa ligada ao senador.”
Fonte: Estadão