Por Toni Duarte
Por ter coagido seus 10 mil empregados, além dos dependentes para que votassem nele na eleição de 2018, o deputado distrital José Gomes (PSB), pode ter o mandato definitivamente cassado na próxima reunião do Tribunal Regional Eleitoral do DF. A situação dele é crítica diante das provas robustas apresentadas pelo Ministério Público. A decisão da perda do mandato seria anunciada nesta terça-feira (19), se um dos 7 desembargadores, que forma o colegiado, não pedisse vista do processo. A suplente Luzia de Paula (PSB) pode assumir a vaga
A situação do deputado José Gomes não é nada boa, segundo a visão da maioria dos desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral. No julgamento ocorrido ontem à noite, três deles já haviam declarado seus votos pela cassação do diploma e pela inelegibilidade do distrital por oito anos. O julgamento foi encerrado por ter o desembargador Telson Ferreira pedido vista do processo.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) acusou o deputado de ter coagido cerca de 10 mil funcionários e seus dependentes para que votassem nele na eleição do ano passado.
Gomes é dono da empresa Real JG Serviços Gerais. O desconhecido deputado se elegeu com quase 17 mil votos após ter encostado contra a parede seus eleitores. Baita sacanagem!
O procurador regional eleitoral José Jairo Gomes classificou como “muito estranho” a quantidade de sufrágios recebidos pelo distrital e acredita, diante de todas provas anexada ao processo, que a maior parte dos votos veio da empresa.
O deputado empresário foi alvo de denúncia por parte de funcionários da empresa. Ele teria ameaçado de demissão aqueles que não o apoiassem à Câmara Legislativa (CLDF). Cerca de dose empregados que não concordaram com a exigência foram demitidos da Real JG.
O relator do processo, desembargador Waldir Leôncio, defendeu a cassação e inelegibilidade por 8 anos. O voto do relator foi acompanhado pelo voto dos desembargadores Daniel Paes Ribeiro e de Diva Lucy.
Com a provável cassação de Jose Gomes a sorte pode voltar a soprar a favor da professora e ex-deputada distrital Luzia de Paula como ocorreu em épocas passadas.
Em 2007 por exemplo ela assumiu o mandato de deputada distrital na vaga deixada pela então deputada distrital Eliana Pedrosa que assumiu a Secretaria de Ação Social e Trabalho.
Em 2014, apesar de ter um desempenho nas urnas inferior ao de 25 candidatos que não conseguiram se eleger naquela eleição, no entanto Luzia de Paula que obteve 7.428, levou sorte e foi eleita por causa do quociente eleitoral, que é a divisão dos votos válidos pelo número de cadeiras em disputa. Na eleição do ano passado ela obteve 9. 482 ficando na suplência.
Agora, há a possibilidade real de voltar ao parlamento na condição de titular, caso a Justiça Eleitoral do DF cumpra a lei e faça justiça de verdade.
Fonte: Radar DF