Temer deixou a prisão, na sede da Polícia Federal do Rio, no início da noite desta segunda-feira, por determinação da Justiça
Após quatro dias preso, acusado de chefiar um esquema de corrupção para o recebimento de propina e fraudes contratuais em obras da Angra 3, o ex-presidente Michel Temer deixou a sede da Polícia Federal, no Rio de Janeiro. Ele estava detido em uma sala especial da PF, com direito a ar-condicionado, sofá e televisão, desde quinta-feira (21/3) da semana passada. O emedebista volta à liberdade com R$ 62,6 milhões bloqueados. Desses, R$ 8,2 mi foram sequestrados pelo Banco Central (BC). O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, havia determinado o bloqueio de R$ 62 mi.
O bloqueio dos recursos é parte das ações de investigação das operações Radioatividade e Descontaminação, da Polícia Federal. No entanto, a solicitação de Bretas, sobre os 62 milhões de reais, não foi cumprida na íntegra por falta de saldo, de acordo com um documento enviado pelo BC à Justiça Federal do Rio de Janeiro.
As diligências apontam que um esquema de corrupção para o recebimento de propina e fraudes em contratos foi criado durante as obras da usina da Angra 3, no Rio. Além da existência de desvios na Eletronuclear. O montante estava em três contas, sendo que uma tinha R$ 8.234.231,17. O resto do dinheiro estava dividido em R$ 4.905,31 na segunda e R$ 799,08 na terceira.
Temer estava preso desde a semana passada, e foi solto no começo da noite desta segunda-feira (25), ordem do desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF/2).
O Ministério Público afirma que Temer recebeu propina repassada pela Argeplan, empresa de propriedade do coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo João Baptista Lima Filho. Os procuradores dizem que ele “participou do consórcio da AF Consult LTD, vencedor da licitação para a obra da Usina Nuclear de Angra 3, apenas para repassar valores a Michel Temer”.
Fonte: Correio Braziliense