Por Lilian Tahan & Gabriella Furquim
A operação da Polícia Federal de busca e apreensão na sede do MDB no Distrito Federal, realizada na terça-feira (21/05/2019), teve como base o depoimento de uma mulher que foi cabo eleitoral contratada pela candidata à distrital Kadija de Almeida Guimarães.
A prestação de contas da empresária chamou atenção dos investigadores. Kadija afirmou ter gasto R$ 573 mil sendo R$ 423 mil do diretório regional do MDB, além de R$ 150 mil do comando nacional da sigla. Ela, no entanto, só recebeu 403 votos.
Em depoimento à PF, a testemunha teria afirmado que, apesar de ter recebido um cheque da empresária pelo trabalho realizado durante as eleições, nunca a conheceu. Assinalou, ainda, ter pedido votos para outros candidatos: Ibaneis Rocha (MDB), eleito governador do Distrito Federal, Tadeu Filippelli (MDB), derrotado na disputa por uma vaga de deputado federal, e Cristiano Araújo (PSD), não reeleito para a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
Além de Kadija, outra candidata do MDB é alvo do inquérito: a psicóloga Dolores Ferreira também disputou uma mandato no parlamento local. Recebeu, do partido, R$ 502,2 mil, mas só obteve 551 sufrágios.
Candidaturas laranjas
Como revelou a Grande Angular, na terça-feira (21/05/2019), policiais federais realizaram operação de busca e apreensão na sede do MDB-DF, que fica no Edifício Assis Chateaubriand, no Setor de Rádio e TV Sul.
A suspeita é de que o partido tenha lançado candidaturas laranjas apenas para cumprir a cota de 30% estipulada pela legislação eleitoral e desviar os recursos públicos destinados a mulheres para a campanha de outros candidatos da sigla.
Dois agentes e um delegado ficaram cerca de 20 minutos no local e levaram pastas com documentos. A PF também esteve em um endereço residencial ligado ao MDB.
O MDB/DF informou que só comentará o caso após ter acesso ao inquérito da PF. O advogado da legenda, Herman Barbosa, protocolou procuração solicitando informações sobre o fato. A Polícia Federal não deu detalhes sobre a operação.
Cristiano Araújo afirmou ter “ficado surpreso” e que desconhece a denúncia. A empresária Kadija de Almeida Guimarães não foi localizada.
Fonte: Metrópoles