Por Lilian Tahan e Isadora Teixeira
Tribunal entendeu que eles usaram do cargo que ocupavam para atrapalhar investigação da Polícia Federal deflagrada em 2009
O ex-procurador-geral de Justiça do Distrito Federal Leonardo Bandarra e a promotora Deborah Guerner foram condenados no âmbito da Caixa de Pandora nesta quinta-feira (30/05/2019). A Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF/1) entendeu, por unanimidade, que Deborah cometeu violação de sigilo qualificado e, por maioria, que Bandarra praticou violação de sigilo funcional e concussão – crime de exigir vantagem em razão do posto que ocupa. Com a decisão, os dois deverão pagar multa e perderão seus cargos no serviço público. Ainda cabe recurso.
Os dois foram absolvidos pelo crime de formação de quadrilha. Oito dos desembargadores votaram pela condenação de Bandarra; três foram contrários. Já no caso de Guerner, todos os votos foram pela condenação. O ex-procurador-geral de Justiça acabou condenado a 7 anos e 7 meses de reclusão. A pena da promotora foi fixada em 7 anos e 9 meses. No mesmo processo, Jorge Guerner, ex-marido de Deborah, foi condenado por receptação, com pena de 1 ano e 4 meses.
Autor da ação, o Ministério Público Federal (MPF) informou que estuda se pedirá revisão das sentenças.
Eles foram acusados de atrapalhar a operação, deflagrada pela Polícia Federal em 2009 e que revelou um esquema de pagamento de propina em troca de apoio político durante o governo de José Roberto Arruda (PR).
Na ação proposta pela Procuradoria da República, os dois são acusados de chantagear o delator do esquema, Durval Barbosa, em troca de vazamento de informações.
Fonte: Metrópoles