Concurso promovido nas unidades de saúde valoriza servidor e mantém atendimento a mais de 90% da população do programa
A pé, de bicicleta, de carona. Não importa que meio a dona de casa Liliane Balbino Ancelmo vai utilizar para percorrer os seis quilômetros de distância entre sua casa e a Unidade Básica de Saúde (UBS) 12, na Ponte Alta, Gama. Ela sempre dá um jeitinho de chegar até lá para participar das ações desenvolvidas e também cuidar da própria saúde e da filha, Beatriz Aniceta, de 5 anos.
Liliane é uma dos 511 beneficiários do Programa Bolsa Família atendidos na UBS 12 de Ponte Alta. Ela faz parte do universo de mais de 90% de cobertura desse público na Região de Saúde Sul, área com o maior índice de alcance da clientela do programa em todo o Distrito Federal.
Apesar do acompanhamento em saúde ser um dos pré-requisitos para continuar no programa, a rede pública encontra dificuldades para acompanhar este público em razão da extrema vulnerabilidade. “Normalmente são autônomos e não interrompem o trabalho para ir a uma unidade de saúde”, relata a diretora de Atenção Primária em Saúde da Região Sul, Iracy Gomes.
Segundo a diretora, “muitas mães têm vários filhos e não conseguem se deslocar com eles. Quando precisamos contatá-los, ainda tem a questão de que mudam muito de endereço e não os encontramos com facilidade”.
Quando começou a atuar na região, Iracy conta que a cobertura era de 35%. “Diante disso, fiz uma pesquisa com os servidores para identificar as dificuldades e apresentar soluções no sentido de aumentar essa cobertura. As principais questões apontadas foram a necessidade de capacitação e incentivo para o trabalho”, revela a diretora.
Com o resultado em mãos, ela foi atrás de resolver as questões. A primeira delas foi a capacitação de todos os servidores da Região de Saúde Sul, para que conhecessem o Bolsa Família e a realidade dos beneficiados. Em seguida, criou um concurso para premiar as equipes e os gestores que melhor conseguissem atingir as metas pactuadas, de modo a atender o maior número de beneficiários do programa, com qualidade.
SALTO – A primeira experiência aconteceu no primeiro semestre de 2018. Na época, a cobertura deu um salto de 35% para 86%. “Na segunda vigência, de agosto a dezembro de 2018, atingimos 92%. Já em 2019, estamos quase alcançando os 100%”, comemora. Na região, dos 8.823 beneficiários do Bolsa Família, 8.217 são acompanhados pelas equipes de Saúde da Família.
“O excelente resultado é fruto do apoio dos gestores, de ter uma referência técnica no programa, que fica exclusivamente na gestão local do programa, a capacitação realizada para todos os servidores lotados na Atenção Primária, ter apoiadores em cada unidade, tudo isso além da premiação”, elenca a gerente de Atenção à Saúde de Populações Vulneráveis e Programas Especiais, Aline Couto.
PREMIAÇÃO – A última premiação foi entregue no dia 1º de agosto, com direito a apresentação da banda do Corpo de Bombeiros, palestra motivacional e pódio para os vencedores. São três categorias: Equipes de saúde da família, gerentes das UBS e gestores responsáveis pela interlocução do Programa Bolsa Família.
Na lista dos prêmios estão bolsas de estudo em pós-graduação na área de saúde, tablets, bicicletas, viagens, almoço, medalhas e certificados. “Tudo o que entregamos de prêmio são doações de sindicatos e empresários da região, que reconhecem o valor desse trabalho. Para que a gente possa continuar, seria importante que mais parceiros colaborassem”, sugere Iracy.
Ela acredita que a premiação é uma forma de valorizar os servidores, que se esforçam para atender a toda a população, inclusive os usuários do Bolsa Família. “Os pacientes moram em áreas distantes, então, os servidores precisam enfrentar dificuldades para chegar até eles e também para trazê-los à unidade”, destaca.
PONTE ALTA – Na última edição do concurso, a equipe vencedora é a que atende na UBS 12 da Ponte Alta. Além dos atendimentos de rotina, a coordenação de equipes organiza eventos em datas comemorativas e nas ocasiões alusivas à saúde, uma forma de criar vínculo e aproximar os pacientes.
“A gente desenvolve pelo menos três ações mensais com pacientes e com a educação permanente de servidores. Também atuamos junto às quatro escolas da região”, revela a coordenadora da equipe de Saúde da Família, Adryenne de Carvalho Mello.
Liliane Ancelmo, a mamãe da Beatriz, conta que está sempre presente nas ações. “Gosto principalmente dos encontros com a nutricionista”, diz ela, que fez todo o pré-natal da filha na unidade.
Paciente da UBS há seis anos, Regina Gomes também aprova as ações e o atendimento do local que, segundo ela, só tem melhorado. “Qualquer coisa que tem na unidade, eles avisam. O agendamento para consultas especializadas também é feito por eles e a farmácia melhorou bastante”, assegura ela, que é beneficiária do Bolsa Família.
Os profissionais que atendem na unidade foram premiados duas vezes pelo acolhimento prestado. Uma das beneficiadas, a técnica de enfermagem Adriana Sousa ganhou uma bicicleta e usa o equipamento para fazer o trajeto de casa para o trabalho. “Moro a três quilômetros daqui e achei ótimo ser premiada. Além de economizar combustível, ainda posso perder uns quilinhos”, brinca ela.
BOLSA FAMÍLIA – O acompanhamento de saúde é um dos pré-requisitos para que as famílias sejam mantidas no programa. Os beneficiários devem ir a uma UBS pelo menos duas vezes ao ano, uma em cada semestre. Todas as crianças com idade até sete anos e mulheres de 14 a 44 anos são o público de acompanhamento obrigatório das equipes de saúde.
Atualmente, 114.886 beneficiários devem ser, obrigatoriamente, acompanhados pela Secretaria de Saúde em todo o Distrito Federal. As regiões que possuem maior número de beneficiários são a Sudoeste e a Oeste. O último dado divulgado pelo Ministério da Saúde aponta que a cobertura atual é de 61,87%, quantidade 6,18% acima da meta acertada no Pacto pela Saúde (Sispacto).
“As condicionalidades do programa contribuem para a ampliação do acesso aos serviços públicos que constituem direitos sociais nas áreas da saúde, educação e assistência social. Colabora com a ruptura do ciclo intergeracional de pobreza e possibilita identificar e atuar sobre as situações de vulnerabilidade social das famílias”, observa Aline Couto.
Para que este acesso seja ampliado, a gerência realiza capacitação permanente a cada semestre, com oficinas sobre o sistema de acompanhamento do programa, com o apoio do Ministério da Saúde, sendo que, nos últimos 12 meses, capacitou mais de mil servidores no programa.
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Fonte: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde / (61) 2017 1111