
Presidente da CPMI avalia que lobista preso ensaiou depor e desistiu para alertar que pode denunciar sócios e padrinhos.
Carlos Viana (Podemos/MG) diz que ‘Careca do INSS’ deu recado sobre entregar esquema
Compartilhar
Presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana suspeita de recado de lobista preso para quem o abandonou na prisão. Presidente da CPMI avalia que lobista preso ensaiou depor e desistiu para alertar que pode denunciar sócios e padrinhos.
O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos/MG), avaliou que o lobista preso por suspeita de lucrar com um roubo bilionário a aposentados deixou recado sobre possibilidade de entregar o esquema criminoso de que é acusado. A conclusão do senador é de que Antônio Carlos Camilo Antunes, vulgo “Careca do INSS”, ensaiou depor e depois desistiu de depor nesta segunda-feira (15), para alertar que pode denunciar na comissão do Congresso Nacional os sócios e padrinhos políticos, que teriam lhe abandonado à prisão.
“Ele usou toda a repercussão para mandar recado aos sócios e aos padrinhos políticos. Se sentiu abandonado, quando foi preso. É a minha visão. E está mandando um aviso de que ele pode falar e entregar todo o esquema, se continuar sendo abandonado”, avaliou o presidente da CPMI, em vídeo divulgado após cancelar a reunião que ouviria o lobista.
Carlos Viana ressaltou que, mesmo tendo frustrada a expectativa muito grande do depoimento de “Careca do INSS”, considera que o lobista “não escapará”, porque a CPMI considera mais importante a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos investigados, inclusive do outro preso com o lobista, Maurício Camisotti, que tem depoimento previsto para quinta-feira (18).

Deputado Alfredo Gaspar (União Brasil/AL), relator da CPMI do INSS.
“Podemos, com os extratos bancários, identificar com clareza todo o dinheiro que movimentou, quem ele pagou, quais os países que ele visitou, nesses últimos tempos e onde escondeu todo esse dinheiro. Nós vamos preparar os relatórios […] para, quando vierem, nós termos mais subsídios para os questionamentos”, disse o presidente da CPMI.
No mesmo horário em que haveria o depoimento, às 16h de hoje, o senador reunirá todos os líderes da CPMI, governistas, oposicionistas e o relator Alfredo Gaspar (União Brasil/AL), para definir os rumos das próximas semanas e da próxima quinta-feira. Sua expectativa é de votar todas as convocações pendentes, principalmente de ex-diretores do INSS, dos presidentes e diretores dos sindicatos e entidades, e pessoas ligadas às empresas satélites usadas para desviar e receber o dinheiro roubado dos aposentados e pensionistas.
“Temos muito tempo pela frente. É um quebra-cabeças que teremos de ter muita paciência, muita tranquilidade. Mas a CPMI tem poder de polícia para, com as ferramentas que nós temos, criar, gerar um relatório sustentado com provas e com a definição clara da responsabilidade cada um dos crimes cometidos”, concluiu Carlos Viana.
Veja: Aqui
Fonte: Diário do Poder