Confederação é suspeita de tomar R$ 800 milhões dos aposentados e de forjar assinaturas de aposentados mortos, revela relator
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Deputado Alfredo Gaspar (União Brasil/AL), relator da CPMI do INSS.
Relator Alfredo Gaspar (União Brasil/AL) revelou que familiares de Carlos Roberto Ferreira Lopes ocupa cargos de direção da CONAFER. Deputado Alfredo Gaspar aponta que o padrão se repetiu mais de 300 vezes
O relator da CPMI que apura o roubo a aposentados e pensionistas, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil/AL), revelou durante depoimento de Carlos Roberto Ferreira Lopes, proprietário ou presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (CONAFER), que essa entidade faturou mais de R$ 800 milhões em descontos não autorizados.
A Polícia Federal informou que a CONAFER figura entre as entidades que mais realizaram descontos não autorizados em proventos de segurados do INSS. Hoje formulando perguntas em pé, fitando Carlos Roberto Ferreira Lopes, Alfredo Gaspar fez uma série de perguntas que revelaram repasses milionários a fornecedores de alguma maneira ligados ao depoente, assim como a participação de familiares em posição de direção da entidade, incluindo irmãos, cunhado e esposa etc. Também foi revelada uma operação de compra de dois aviões que podem estar sendo usados por Carlos Roberto Ferreira Lopes.

Presidente da CONAFER, Carlos Roberto Ferreira Lopes.
O deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil/AL), relator da CPMI que apura o roubo a aposentados e pensionistas, confrontou o presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (CONAFER), Carlos Roberto Ferreira Lopes, sobre acusações de assinaturas fantasmas na entidade.
“É padrão da CONAFER ressuscitar mortos para conseguir descontos associativos?”, Questionou Alfredo Gaspar (União Brasil/AL) na oitiva de segunda-feira (29).
Segundo o relator, a Controladoria-Geral da União (CGU) detectou que a CONAFER enviou, em 2024, 100 fichas de adesão supostamente fraudulentas, muitas delas em nome de pessoas já falecidas há anos, como Maria Rodrigues, que assinou uma autorização de desconto associativo mesmo tendo morrido cinco anos antes. Ou Gilberto, outro “colaborador” que teria colaborado com sua assinatura, vinte anos após seu falecimento.
“Isso se repetiu mais de 300 vezes. Não é um caso isolado, não é erro, é padrão. E um padrão muito conveniente para quem arrecadou cerca de R$ 800 milhões às custas de aposentados e pensionistas”, denunciou Alfredo Gaspar (União Brasil/AL).
Confrontado pelas evidências, o presidente da CONAFER limitou-se a alegar desconhecimento:
“A CONAFER desconhece que pessoas em óbito recebam benefício na obra relativa.”
Quando pressionado a explicar como defuntos continuam recebendo benefícios ou assinando documentos, Carlos Roberto Ferreira Lopes apelou ao que chamou de “abscesso da lógica”.
“O discurso do cara que está morto. Como é que existe, senador, os discursos afeitos pelo INSS com uma pessoa que já morreu?”, rechaçou.
Alfredo Gaspar (União Brasil/AL) apontou que de acordo com a CGU, nenhuma das 100 fichas analisadas tinha autorização válida. Em outras palavras, 100% da amostragem era fraudulenta.
“Se o morto tiver recebido benefício, pelo jeito sim”, indagou o relator Alfredo Gaspar (União Brasil/AL).
Fonte: Diário do Poder