Deputado federal Luiz Lima (Novo/RJ), ao defender, na CPMI do INSS, a convocação de Frei Chico. Luiz Lima aponta atuação suspeita do SINDNAPI, onde Frei Chico é vice-presidente.

Durante sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga gatunagem no INSS nesta quinta-feira (16), o deputado federal Luiz Lima (Novo/RJ) levantou suspeitas sobre uma possível blindagem a José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Lula (PT) e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (SINDNAPI). Segundo Luiz Lima (Novo/RJ), a ausência do irmão do petista nas oitivas do colegiado é “articulada” por parlamentares da base do governo.

“Frei Chico”, irmão mais velho de Lula (PT)

• “Qual o motivo de esconder a não presença do irmão do presidente da República?”, questionou o deputado. Para o parlamentar, a falta de comparecimento de Frei Chico “diz muito”.
• “O silêncio faz muito barulho”, afirmou Luiz ao defender a convocação do vice-presidente da SINDNAPI.

Como mostrou o Diário do Poder,  a base do governo Lula barrou na sessão desta quinta, a convocação do irmão do petista. Luiz Lima (Novo/RJ) apontou ainda que o sindicato ligado ao irmão de Lula está envolvido em um suposto esquema de descontos indevidos em aposentadorias.

O deputado carioca citou dados da Controladoria-Geral da União (CGU), segundo os quais 98% dos 420 mil filiados ao sindicato teriam sofrido descontos não autorizados entre 2023 e 2024.

• “Essas pessoas ganham um salário mínimo. O menor da América do Sul. E ainda sofrem descontos indevidos? A maioria do povo brasileiro quer a verdade, mesmo os que votaram no presidente da República.”

O deputado também mencionou que o SINDNAPI seria uma organização de estrutura familiar, com vínculos entre dirigentes e operadores financeiros. Ele citou nomes como Tônia Galetti e Milton Cavallo, ligados à cúpula do sindicato, e afirmou que a Polícia Federal (PF) classifica o grupo como uma organização criminosa.

“Frei Chico”, irmão mais velho de Lula (PT)

• “O dinheiro aqui fica em órbita, ele não sai dessas pessoas”, disse, apontando que o sindicato estaria entre os maiores responsáveis por fraudes contra aposentados, “atrás apenas” da CONTAG e da CONAFER, entidades também investigadas.

Luiz Lima (Novo/RJ) destacou ainda o papel do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, mencionando que desde que ele assumiu o cargo, os descontos indevidos estariam crescendo mês a mês. Alessandro Stefanutto foi exonerado do cargo em Abril, logo após a Operação Sem Desconto, da PF, em conjunto com a CGU, revelar a roubalheira contra aposentados e pensionistas.

• “Qual o motivo do irmão do presidente da República ser vice-presidente de um sindicato que, segundo a Polícia Federal, é uma organização criminosa?”, questionou.

Por fim, o parlamentar criticou a possível resistência de deputados da base do governo em convocar Frei Chico para prestar depoimento.

• “Não queremos fazer juízo de valor. Não estamos aqui para acusar, mas para investigar. Mas o silêncio normalmente é usado por quem tem muito a esconder”, concluiu.

Fonte: Diário do Poder