Presidente dos EUA ligou o petista e trocou contatos para ter linha direta com Brasil.

O presidente Lula (PT) finalmente apelou diretamente ao presidente Donald Trump pelo fim do tarifaço dos Estados Unidos contra produtos brasileiros e de sanções contra autoridades, ao receber na manhã da segunda-feira (6) um telefonema do chefe do governo norte-americano. O pedido levou Donald Trump a determinar que seu secretário de Estado Marco Rubio dê sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Além da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais, Lula pediu o fim de sanções como as medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras, a exemplo da Lei Global Magnitsky, que equiparou o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, a um sancionado internacional por afrontar os Direitos Humanos. As sanções de Donald Trump, iniciadas há dois meses, foram motivadas pela tentativa de interromper o julgamento que acabou condenando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a mais de 27 anos de prisão por crimes para “trama golpista”.

Em nota, o governo brasileiro destacou o tom amistoso do diálogo de 30 minutos, e disse que Lula tratou esta primeira conversa como uma chance de restaurar relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente.

Linha direta

O petista trocou contatos para firmar uma linha direta de diálogo com o presidente dos EUA, e o governo detalhou que ambos reforçaram a impressão positiva que tratada como “boa química” por Donald Trump, ao encontrar Lula em Nova York, na Assembleia Geral da ONU.

“Ambos os líderes acordaram encontrar-se pessoalmente em breve. O presidente Lula aventou a possibilidade de encontro na Cúpula da Asean, na Malásia; reiterou convite a Donald Trump para participar da COP30, em Belém (PA); e também se dispôs a viajar aos Estados Unidos”, disse a nota do governo brasileiro.

O telefonema foi acompanhado por Alckmin, Vieira, Haddad, pelo secretário de Comunicação Sidônio Palmeira e pelo assessor especial Celso Amorim. E, ao argumentar contra a taxação de 40% sobre produtos brasileiros, Lula citou para Donald Trump que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços.

Fonte: Diário do Poder