Presidente Donald Trump tem avançado na taxação de importações mundo afora.

Donald Trump impõe tarifaço de 30% à União Europeia e ao México

Publicado em: 13/07/2025 00:115,4 Min. de Leitura

Compartilhar

Presidente Donald Trump tem avançado na taxação de importações mundo afora. Presidente americano amplia tarifaço contra países, alegando descontrole do México sobre o narcotráfico e déficit comercial na Europa.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no sábado (12) que vai impor um tarifaço de 30% sobre produtos do México e dos países da União Europeia vendidos aos americanos. As cartas enviadas à presidente mexicana Claudia Sheinbaum e à Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, o chefe do governo dos EUA informa que a taxação entrará em vigor a partir de 1º de agosto.

A nova barreira comercial foi justificada por Donald Trump, na sua rede social Truth Social, com a alegação de que o governo mexicano falha em deter os cartéis de traficantes de drogas, que acusa de transformar a América do Norte em um “playground do narcotráfico”.

O presidente americano alegou que o déficit comercial com a União Europeia torna o relacionamento com os Estados unidos longe da reciprocidade. E sugeriu que o bloco comercial europeu dê “acesso total e aberto ao mercado dos Estados Unidos sem que nenhuma tarifa seja cobrada”.

Ao ampliar sua guerra comercial que também deve atingir o Brasil com taxa de 50%, Donald Trump repetiu trechos inteiros de suas cartas anteriores, a exemplo do que justifica a taxação por considerar o déficit comercial “uma grande ameaça à economia e à segurança nacional” dos americanos. E voltou a reproduzir a ameaça de incluir no tarifaço que impôs os percentuais de eventuais retaliações tarifárias dos países contra sua medida.

Leia a íntegra das cartas que anunciaram o tarifaço:

Ao México:

“É uma grande honra para mim enviar-lhe esta carta, pois ela demonstra a força e o comprometimento do nosso relacionamento comercial, e o fato de que os Estados Unidos da América concordaram em continuar trabalhando com o México.

Apesar do nosso forte relacionamento, a senhora deve se recordar que os Estados Unidos impuseram tarifas ao México para lidar com a crise de fentanil em nosso país, causada, em parte, pela falha do México em deter os cartéis, que são compostos por algumas das pessoas mais desprezíveis que já pisaram na Terra, ao despejarem essas drogas em nosso país.

O México tem ajudado a proteger a fronteira, MAS, o que foi feito ainda não é suficiente. O México ainda não conseguiu deter os cartéis que tentam transformar toda a América do Norte em um playground do narcotráfico. Obviamente, não posso permitir que isso aconteça!

A partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do México uma tarifa de 30% sobre produtos mexicanos enviados para os Estados Unidos, separadamente de todas as tarifas setoriais. Produtos transbordados para evitar tarifas mais altas estarão sujeitos à tarifa mais elevada.

Como a senhora sabe, não haverá tarifa se o México, ou empresas dentro do seu país, decidirem construir ou fabricar produtos dentro dos Estados Unidos e, de fato, faremos todo o possível para aprovar essas solicitações de forma rápida, profissional e rotineira em outras palavras, em questão de semanas.

Se, por qualquer motivo, vocês decidirem aumentar suas tarifas, qualquer que seja o valor, esse aumento será somado aos 30% que cobraremos.

Além disso, devo mencionar que o fluxo de fentanil está longe de ser o único desafio que temos com o México, que possui muitas políticas tarifárias e não tarifárias e barreiras comerciais que causam déficits comerciais insustentáveis contra os Estados Unidos. O déficit comercial é uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional!

Estamos ansiosos para trabalhar com vocês como parceiros comerciais por muitos anos. Se desejarem abrir seus mercados comerciais fechados aos Estados Unidos e eliminar suas políticas tarifárias e não tarifárias, talvez consideremos um ajuste nesta carta.

Essas tarifas podem ser modificadas, para cima ou para baixo, dependendo do nosso relacionamento com seu país. Vocês nunca ficarão desapontados com os Estados Unidos da América”.

À União Europeia:

“É uma grande honra para mim enviar-lhe esta carta, pois ela demonstra a força e o comprometimento do nosso relacionamento comercial, e o fato de que os Estados Unidos da América concordaram em continuar trabalhando com a União Europeia, apesar de termos um dos maiores déficits comerciais com vocês.

Ainda assim, decidimos seguir em frente, mas apenas com um comércio mais equilibrado e justo. Portanto, convidamos vocês a participar da extraordinária economia dos Estados Unidos, o maior mercado do mundo, de longe.

Tivemos anos para discutir nossa relação comercial com a União Europeia e concluímos que devemos nos afastar desses déficits comerciais persistentes e prolongados, causados por políticas tarifárias e não tarifárias da União Europeia. Nosso relacionamento tem sido, infelizmente, longe de ser recíproco.

A partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos uma tarifa de 30% sobre produtos da União Europeia enviados aos Estados Unidos, separadamente de todas as tarifas setoriais. Produtos transbordados para evitar tarifas mais altas estarão sujeitos à tarifa mais elevada.

Por favor, compreendam que os 30% são significativamente menores do que o necessário para eliminar o desequilíbrio comercial com a UE.

Como sabem, não haverá tarifa se a União Europeia, ou empresas dentro dela, decidirem construir ou fabricar produtos nos Estados Unidos e, de fato, faremos todo o possível para aprovar essas solicitações de forma rápida, profissional e rotineira – em outras palavras, em questão de semanas.

A União Europeia permitirá acesso completo e aberto ao mercado dos Estados Unidos, sem que tarifas sejam cobradas de nós, numa tentativa de reduzir o grande déficit comercial. Se, por qualquer motivo, decidirem aumentar suas tarifas e retaliarem, qualquer que seja o valor, esse aumento será somado aos 30% que cobraremos.

Por favor, entendam que essas tarifas são necessárias para corrigir os muitos anos de políticas tarifárias e não tarifárias da União Europeia, que causam grandes e insustentáveis déficits comerciais contra os Estados Unidos. Esse déficit é uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional!”

Fonte: Diário do Poder