Hugo Motta elogia Guilherme Derrite e diz que não está preocupado em agradar ao governo
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Presidente da Câmara prevê que a proposta será a “maior aprovação” do ano legislativo
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos/PB), declarou na segunda-feira (17) que sua prioridade no momento é atender às demandas da sociedade em relação à segurança pública, e não os interesses do governo ou da oposição.
O parlamentar confirmou ter tomado uma decisão pessoal ao nomear Guilherme Derrite (PP/SP) como relator do chamado “PL Antifacção”, um projeto de lei de combate ao crime organizado. Hugo Motta afirmou que conviver com a agenda de interesses dos diferentes grupos políticos faz parte de seu trabalho, mas minimizou as críticas.
“Ser presidente da Câmara é conviver com essa agenda constante de interesses, seja do governo, seja da oposição. Eu reajo muito tranquilamente a esses posicionamentos. Eu não entendo isso como pressão, faz parte do meu trabalho, mas eu estou mais preocupado nesse momento não é em atender o governo ou a oposição. É atender à sociedade brasileira”, disse.
Saiu em defesa de Guilherme Derrite
O presidente da Casa agendou a análise do projeto para esta terça-feira (18), como pauta única no plenário. Segundo Hugo Motta, o texto, enviado originalmente pelo governo, ainda poderá ser ajustado. O relator Guilherme Derrite já apresentou quatro versões de seu parecer, propondo alterações no texto inicial.
Hugo Motta disse que: “Penso que até amanhã o relator pode fazer mais alguns ajustes, inclusive de interesse do governo. Importante registrar que o relator está conversando, sim, com ministros, com autoridades que representam o governo federal. Mas amanhã será o dia de votação dessa matéria no plenário da Câmara”.
O deputado justificou a indicação de Guilherme Derrite em razão de seu perfil “técnico” e da familiaridade com o tema. Guilherme Derrite está licenciado do comando da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
“O presidente quando escolhe o relator, ele escolhe o relator. E não por influência de ninguém. Isso até tem sido dito de ‘influência de A, de B’. Não é. A escolha do Guilherme Derrite foi uma escolha minha porque eu escolhi o cara que está no dia a dia, na rua, enfrentando o crime organizado”, declarou Hugo Motta.
A escolha de Guilherme Derrite gerou fortes críticas de membros do governo, uma vez que o deputado é um aliado próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e se filiou ao PP neste ano, vindo dos quadros do Partido Liberal.
Hugo Motta defendeu o relator, dizendo que: “Ele, Guilherme Derrite tem muito mais noção do que o cara que está aqui em Brasília, ou talvez no seu estado, tratando da política. Então, esse é o cara que eu acho que pode colaborar com o Brasil nesse momento tão grave da segurança pública”.
Hugo Motta reafirmou que o projeto, que estabelece um novo Marco Legal de Combate ao Crime Organizado, tem sido construído sob “diálogo constante”. Ele manifestou a visão de que a proposta deve avançar devido à “qualidade técnica” do relatório e descartou qualquer preocupação com o que denominou de “guerra de narrativas”.
As diferentes versões do relatório, segundo Hugo Motta, são parte normal do processo legislativo e de negociações. O projeto será tema de discussão entre líderes partidários e Hugo Motta em reunião nesta terça-feira. Hugo Motta também avalia que há uma “sinergia” para que a proposta avance no Senado.
“O trabalho é do relator, mas esse tema, especificamente da segurança pública, é muito caro para mim e eu tenho procurado, enquanto presidente, ser um facilitador na construção desse texto, dessa proposta, que vai, na minha avaliação, ser a maior aprovação que nós vamos fazer durante esse ano legislativo”, concluiu o presidente da Câmara.
Fonte: Diário do Poder

