Carros apreendidos pela PCDF durante operação contra fraude no DETRAN/DF

Quadrilha criava “veículos fantasmas” em fraude no DETRAN/DF. 

Publicado em: 05/12/2025 00:222,7 Min. de Leitura

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O dinheiro obtido com o esquema era convertido em criptomoedas, caracterizando lavagem de dinheiro em ambiente digital.

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (3/12) a Operação Código Fantasma para desmontar uma associação criminosa especializada em fraudar o sistema de emplacamento de veículos pesados por meio de acessos clandestinos e registros falsos.

A investigação é conduzida pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC/DECOR) e contou com apoio técnico do DETRAN/DF, órgão que identificou as primeiras inconsistências e acionou a polícia.

O esquema chamou atenção pela sofisticação. Usando credenciais ilegais e acessos obtidos a partir da invasão de dispositivos informatizados, a quadrilha criava registros de veículos que não existiam fisicamente, forjava documentação e burlava o pagamento de taxas e a exigência de vistorias.

Segundo a polícia, os suspeitos manipulavam o sistema informatizado a partir de conexões mascaradas por VPN’s e serviços de anonimização, numa tentativa de dificultar o rastreamento.

 

Ainda de acordo com a corporação, os criminosos utilizavam empresas de fachada e revendas de automóveis para dar aparência de legalidade aos registros fraudulentos, que depois eram transferidos para outros estados. O dinheiro obtido com o esquema era convertido em criptomoedas, caracterizando lavagem de dinheiro em ambiente digital.

A investigação exigiu análise técnica de logs, rastreamento de IP’s mascarados e cruzamento de dados entre diversas plataformas. Um relatório interno do DETRAN/DF serviu como ponto de partida ao apontar a repetição sistemática de irregularidades no primeiro emplacamento de veículos pesados.

Veja: Vídeo

Mandados em São Paulo

A fase operacional foi executada na terça (3/12) em Fernandópolis (SP), onde os três investigados, todos com vínculos familiares, foram localizados em uma residência de alto padrão. A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão, recolhendo veículos importados, computadores, celulares e dispositivos de armazenamento. Também houve bloqueio de valores em contas bancárias vinculadas ao grupo.

Os três suspeitos vão responder por invasão de dispositivo informático, associação criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas ultrapassam 17 anos de prisão, além de multas. Cada integrante exercia uma função específica: invasão dos sistemas, infraestrutura de rede usada nas fraudes e empresa receptora dos registros falsos.

À coluna, o DETRAN/DF informou que acompanha a operação. “Ao detectar indícios de fraude, o DETRAN/DF prontamente acionou a PCDF e disponibilizou as informações técnicas necessárias para subsidiar a apuração.”

“A autarquia reforça que mantém protocolos avançados de segurança, com monitoramento contínuo, trilhas de auditoria detalhadas e rastreabilidade completa dos acessos. Esses mecanismos permitem identificar padrões anômalos, inconsistências e acessos suspeitos que têm subsidiado as autoridades policiais na investigação.”

O DETRAN/DF finalizou dizendo que vem investindo em tecnologia, cruzamento de dados e ações de investigação e continuará primando pela segurança e transparência dos serviços.

Fonte: Metrópoles