Presidente Donald Trump elogiou presidente Lula, durante discurso na ONU.

‘Química’ de Donald Trump com Lula amplia pressão por anistia

Publicado em: 24/09/2025 00:173,2 Min. de Leitura

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Eduardo Bolsonaro e jornalista denunciado classificam Donald Trump como “gênio”

A iniciativa do presidente Donald Trump de elogiar o presidente Lula (PT), nesta terça-feira (23), em discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), foi avaliada como uma estratégia de “gênio” pelo Jornalista Paulo Figueiredo e pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL/SP). O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse não ter se surpreendido com o que chamou de “firmeza estratégica combinada com inteligência política” de Donald Trump.

Os bolsonaristas acusados de articular sanções dos Estados Unidos contra o Brasil concluem que o chefe do governo dos Estados Unidos adotou o tom amistoso com o líder brasileiro como forma de pressionar Lula a negociar uma anistia ampla para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados condenados por crimes em “trama golpista”.

Donald Trump discursou após Lula abrir a Assembleia Geral da ONU, e relatou que houve uma “química excelente” ao encontrar o líder do Brasil quando entrava para falar na tribuna.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL/SP) mantém proximidade com Donald Trump nos EUA.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL/SP) mantém proximidade com Donald Trump nos EUA.

“Eu o vi, ele me viu e nos abraçamos. Combinamos de nos encontrar na semana que vem. Não tivemos muito tempo para conversar, uns 20 segundos. Tivemos uma boa conversa e combinamos de nos encontrar na semana que vem. Mas ele parecia um homem muito legal. Na verdade, ele gostou de mim, eu gostei dele… Tivemos uma química excelente”, disse Donald Trump, no discurso diante do mundo.

Estratégia genial

Eduardo Bolsonaro ressaltou que Donald Trump simplesmente repetiu sua marca registrada, que está longe de lhe causar espanto, por reforçar o que considera “genialidade como negociador”. E disse que o líder republicano dos EUA entra na mesa quando quer, da forma que quer e na posição que quer. Enquanto outros líderes, como Lula, assistem impotentes, sem qualquer capacidade real de influenciar o jogo global.

“Na verdade Lula agora é que está na obrigação de aproveitar a rara oportunidade de sentar-se com Donald Trump e com a difícil missão de extrair algo de positivo nesta mesa. Ao final Donald Trump ainda arrebatou que sem os EUA o Brasil vai mal. Ou seja, não há para onde correr, o Brasil precisa dos EUA, reconheça isto ou não. Entende porque confiamos na anistia ampla, geral e irrestrita?”, analisou Eduardo Bolsonaro.

O entendimento de Paulo Figueiredo foi replicado nas redes sociais pelo filho do ex-presidente. O jornalista considera como estratégica a reação de Donald Trump forçar uma negociação pela anistia, após um discurso em que Lula destacou que o Brasil decidiu resistir a “um ataque sem precedentes” o presidente dos EUA, para condenar Bolsonaro, no Supremo Tribunal Federal (STF), a 27 anos de prisão.

“Donald Trump é realmente um gênio. Ele denuncia a ditadura brasileira e a invasão da jurisdição americana bem na ONU. Em seguida, diz que gosta do Lula, que o chamou para conversar e complementa dizendo que o Brasil vai continuar indo mal exceto se estiver ao lado dos EUA. Deixou o presidente brasileiro numa situação impossível: ter que ir para a mesa de negociação ouvir verdades e negociar algo que não tem como cumprir. Entenderam que a anistia será ampla, geral e irrestrita?” escreveu Paulo Figueiredo.

Ontem, a Procuradoria-Geral da República (PGR) formalizou denúncia contra Figueiredo e o deputado por crime de coação no curso do processo, pelo seu empenho em buscar sanções com objetivo de paralisar julgamento de acusados de crimes para “trama golpista” no Brasil.

Fonte: Diário do Poder