Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Tarcísio de Freitas defende PCC classificado como grupo terrorista

Publicado em: 04/11/2025 00:172,1 Min. de Leitura

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Governador de São Paulo cita ataques de 2006 e diz que medida endureceria penas contra facções criminosas.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a defender que o Primeiro Comando da Capital (PCC) seja classificado como grupo terrorista. A declaração foi dada no último fim de semana, durante um evento em Mirandópolis, no interior paulista.

“Esse grupo está realmente se impondo pelo terror e precisa ser classificado como terrorista”, afirmou o governador.

Ele lembrou os ataques de maio de 2006, quando a facção paulista promoveu rebeliões em presídios e ataques a bases policiais, resultando em 154 mortes, entre elas de policiais e agentes penitenciários. Na ocasião, a capital paulista chegou a registrar uma espécie de toque de recolher.

Tarcísio de Freitas comparou o comportamento do PCC ao de grupos que buscam se sobrepor ao Estado.

“Um grupo que coloca barricada na entrada de uma comunidade, que impõe o terror, que queima ônibus, que quer impor determinadas regras ao Estado, domina um território afastando a política pública do cidadão”, declarou.

O governador também defendeu o endurecimento das penas como uma das vantagens da reclassificação.

“Quando se fala em classificar esses grupos como terrorista, se está falando de fato de endurecer, de aumentar o custo do crime”, disse.

A Lei Antiterrorismo, sancionada em 2016, prevê penas de 12 a 15 anos de prisão para atos classificados como terrorismo, definidos como ações motivadas por xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, com o objetivo de causar terror social ou generalizado.

Durante o evento, Tarcísio também comentou a operação policial no Rio de Janeiro, que deixou mais de 120 mortos, incluindo quatro policiais. Segundo ele, a alta aprovação popular da ação reflete o cansaço da população com a criminalidade:

“A população está querendo dar um basta, não aguenta mais ser escravizada pelo crime organizado”, afirmou.

Uma pesquisa feita recentemente mostrou que 57% dos moradores do estado aprovaram a incursão, enquanto 39% desaprovaram.

Governo Lula é contra a classificação

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou anteriormente que o governo Lula não apoia a mudança.

“Uma coisa é terrorismo, outra coisa são facções criminosas. O terrorismo envolve sempre uma nota ideológica, uma atuação política com repercussão social”, disse o ministro em coletiva de imprensa.

Fonte: Diário do Poder