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23/01/2025
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Maia e Alcolumbre querem impedir que Bolsonaro seja reeleito

Por J.R Guzzo / jr.guzzo@metropoles.com

Eles não podem tirar o presidente de onde está; vão ter de esperar até 2022 e arrumar alguém que possa ganhar as eleições

O Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM/AP), estão em conflito aberto. Não é de hoje nem está com cara de acabar amanhã. Tudo o que temos, no momento, é um choque que não pode ter uma solução enquanto continua assim. O Executivo não pode ignorar as decisões do Legislativo, nem mandar para lá “um cabo e dois soldados”, para fechar Câmara e Senado e acabar o problema de uma vez ou por um bom tempo. Os deputados e senadores não podem tirar Bolsonaro de onde ele está; vão ter de esperar até 2022 e arrumar alguém que possa ganhar as eleições dele.

Conclusão: ou os dois lados chegam a um entendimento mínimo ou o país não pode ser governado. Num tempo em que uma ameaça de proporções e de consequências desconhecidas põe em risco, como nenhuma outra antes, a saúde da população, não há escolha: ou eles se acertam ou se acertam. Tão grave quanto o coronavírus é a crise na economia do Brasil, em conjunto com a crise econômica mundial que vem no rastro da epidemia.

Os presidentes da Câmara e Senado, com o apoio da maior parte da mídia e da classe política, acham que empurrar as coisas para um ponto de ruptura resolve o seu problema. Esse problema é um só impedir que Bolsonaro seja reeleito, e para isso é indispensável que ele não esteja mais no cargo para disputar as próximas eleições presidenciais. O presidente, por sua vez, declara-se inconformado com o que descreve como 15 meses de perseguição, e diz que sua paciência acabou seja isso lá o que for. Quer, ele também, tirar proveito da confusão.

Os políticos que se imaginam importantes porque podem paralisar o governo, e passaram a ser tratados como estadistas pela imprensa, têm de se lembrar de que Bolsonaro não é Collor, nem Dilma. Tirá-lo de lá não vai ser um passeio, que se resolve em conversa, reuniões de comissão disso e aquilo e editoriais indignados. É bom, o quanto antes, que os dois lados voltem ao zero e comecem tudo de novo.

*Este texto representa as opiniões e ideias do autor.

Fonte: Metrópoles

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