Por Diego Amorim
Como registramos, Rodrigo Maia, recuperando-se da Covid 19, foi ontem ao Twitter perguntar por que o Ministro da Economia “interditou o debate da reforma tributária” o governo Bolsonaro adiou nesta semana, de novo, o envio da segunda parte da proposta. A cutucada do Presidente da Câmara que perguntou sem dar resposta tem contexto.
Primeiro, Maia e Paulo Guedes, embora ensaiem aproximações inevitáveis no jogo político, não se gostam e ponto. “É vaso quebrado que não cola mais”, definiu um observador da cena política em Brasília a O Antagonista. E mais: Maia é contra a nova CPMF que Guedes quer empurrar no Parlamento.
Segundo, parte do mercado financeiro encara Rodrigo Maia como seu porta-voz em Brasília. Maia, desde que assumiu a Câmara, tenta alimentar essa boa relação com o mercado ele já disse aos mais próximos que pretende trabalhar no mercado quando e se deixar a política. A provocada de Maia no Twitter é, portanto, também uma provocada do próprio mercado, que não gostou do novo adiamento da continuidade da reforma tributária.
Terceiro, a guerra nos bastidores pela sucessão de Rodrigo Maia já começou. As decisões envolvendo a reforma tributária, o Renda Cidadã, a nova CPMF, a desoneração da folha estão passando longe de Maia, que foi isolado pelo pedaço do Centrão que casou com Bolsonaro. Neste momento, para Maia, criticar ações do governo é, automaticamente, criticar o grupo político do Centrão que está com o Planalto e que tentará ocupar o lugar dele na eleição interna, em fevereiro do ano que vem.
Fonte: O Antagonista