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23/04/2024
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Preso por suposto ataque hacker dizia ser ‘pessoa influente’ e ter ‘conta na Suíça’

Walter Delgatti Neto gostava de se vangloriar sobre suas supostas conexões em Araraquara (SP)

Um dos presos pela Operação Spoofing por um suposto ataque hacker contra autoridades, entre elas o ministro da Justiça, Sergio Moro, Walter Delgatti Neto, 30, dizia que era “investidor” e, pelo menos uma vez, afirmou ter uma conta bancária na Suíça.

Ele gostava de se vangloriar sobre suas supostas conexões em Araraquara (SP) e fingia ser aluno de medicina na USP, o que não era verdade. É o que revelam documentos e depoimentos do próprio Delgatti em inquéritos e processos de que já foi alvo.

Em 2015, ele afirmou ter uma renda mensal de R$ 4.000 e o segundo grau completo. Delgatti tinha uma arma de ar comprimido, do tipo “air soft”, que parecia uma arma de verdade. Gostava de exibi-la, segundo ele, porque temia ser alvo de ladrões. Nesse mesmo ano, possuía dois carros, um BMW e um utilitário Hyundai Santa Fe, avariados em acidentes de trânsito mas que, para Delgatti, poderiam atrair atenção de bandidos.

Delgatti foi alvo de um mandado de busca e apreensão em sua casa, também em 2015, depois que uma garota de 17 anos, então namorada de seu irmão, o acusou de tê-la dopado e estuprado ela depois refez seu primeiro depoimento.

A delegada de polícia encarregada de cumprir o mandado, Meirilene de Castro Rodrigues, escreveu em relatório que Delgatti teve uma postura desafiante ao receber os policiais em seu apartamento em Araraquara.

“O investigado Walter calmamente informou que já havia visto o mandado [de busca e apreensão], dizendo ainda, sarcasticamente: ‘Eu estava esperando por vocês’”.

Quando indagado sobre como sabia do mandado, Delgatti disse que era “uma pessoa influente” e que havia recebido o mandado escaneado “em seu notebook, há dois dias”, e que tinha “amigos no fórum e policiais”, que era amigo de um promotor de Justiça e conhecia uma juíza.

Para explicar como teve acesso ao documento, Delgatti mostrou um outro mandado, expedido contra seu irmão, Wisllen, “e mostrou tal documento na tela do seu notebook”.

A delegada procurava uma arma que teria sido usada no estupro contra a menor de idade. Delgatti disse que tinha uma arma de ar e “a usava na cintura” porque temia um assalto.

Porém, afirmou que sabia atirar com arma de verdade, que frequentara um clube de tiro e que era amigo de um coronel da Polícia Militar de São Paulo e vereador.

Delgatti disse para a delegada que sua profissão era investidor “e que tem uma conta em um banco da Suíça, motivo pelo qual ele faz várias viagens por ano, para aquele país e para a Europa por causa da movimentação dessa conta”.

Ele disse ainda que a declarava em seu Imposto de Renda. A delegada quis saber qual era a fonte de renda de Delgatti e “no que ele realmente trabalhava”. Ele permaneceu em silêncio.

“Na mesma busca e apreensão, Delgatti foi autuado em flagrante por posse de vários medicamentos controlados e de receitas preenchidas em nome de terceiros” para a compra desses remédios. Também foi encontrada uma carteirinha de aluno de medicina da USP que depois se provou ser falsa. Sobre isso, Delgatti disse que queria “enganar as meninas”.

Fonte: FolhaPress / Diário do Poder

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