Novo veículo permite atendimento mais rápido a pessoas em situação de rua
Com o objetivo de melhorar os atendimentos de Atenção Primária voltados às pessoas que se encontram em vulnerabilidade social e marginalizadas da sociedade, a Secretaria de Saúde entregou à equipe do Consultório na Rua da Região de Saúde Central, nesta segunda-feira (29), uma ambulância adaptada, para prestar assistência itinerante às pessoas em situação de rua.
O novo consultório volante foi modificado para ter mesa, armário e poltronas acolchoadas, criando um local reservado para o atendimento, indo até as pessoas com mais dificuldade de se locomover até as unidades responsáveis. Além disso, garante o deslocamento entre as regiões administrativas atendidas pelo Consultório na Rua da Região Central, que são: Plano Piloto, Lago Sul, Lago Norte, Varjão, Vila Planalto e Cruzeiro.
Esse é o primeiro carro da equipe, localizada no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop de Brasília), na 903 Sul, em um espaço cedido pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). Os profissionais de saúde que compõem a equipe incluem um médico de família e comunidade, duas psicólogas, uma enfermeira, uma odontóloga, quatro técnicos de enfermagem e uma assistente social.
“São profissionais brilhantes, que fazem um trabalho diferenciado, indo até as pessoas que não têm condições de ter acesso a nossas unidades e que, muitas vezes, não reconhecem seus direitos. Desta forma, esse automóvel cria um momento de periodicidade na localidade onde se encontra, oferecendo o atendimento necessário e mais rápido”, afirmou o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, que entregou as chaves do veículo à equipe.
Representando os profissionais do Consultório na Rua da Região de Saúde Central, o médico de família e comunidade Jorge Dias ressaltou que a ideia é a equipe sair mais vezes para realizar atendimentos, e acessar quem não consegue ir até o Centro Pop. “Algumas pessoas estão em situação muito comprometida. Por isso a importância de termos esse veículo, que era tão esperado. Agora, podemos atender tanto aqui quanto na rua”, comentou.
ATENDIDOS – Somente no Plano Piloto, em torno de 600 pessoas em situação de rua são atendidas no Centro Pop de Brasília, que pertence a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). A grande maioria vinda da Rodoviária do Plano Piloto.
Na unidade, a equipe tem cadastrados 2,9 mil prontuários desde 2012, quando se iniciaram os trabalhos dos profissionais no local. Contudo, 60% desse total são de pessoas que foram atendidas apenas uma vez e não retornaram para as consultas seguintes. De acordo com Jorge Dias, muito disso se deve à própria característica itinerante desse grupo, que, agora, conta com o suporte do consultório móvel.
As adaptações na estrutura da ambulância custaram R$ 8.400 à Secretaria de Saúde. Ela pertencia à reserva do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Distrito Federal (Samu-DF), mas não era utilizada por questões técnicas. Possui licenciamento e está identificada segundo o Manual de Identidade Visual das Equipes de Consultório na Rua do Ministério da Saúde.
PARCERIA – Para a consultora técnica do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Suely Almeida, a entrega do veículo é um dos frutos da parceria firmada entre a pasta federal e a Secretaria de Saúde do DF. O Programa Consultório na Rua, do Governo Federal, tem cerca de 160 equipes em todo o Brasil, em 25 estados. “A proposta é ampliar. O que o Distrito Federal precisar, nos colocamos a disposição”, garantiu.
O DF conta, atualmente, com três equipes de Consultórios na Rua, cujas sedes ficam no Plano Piloto, Taguatinga e Ceilândia. No momento, apenas a de Taguatinga não tem veículo próprio e aguarda a disponibilidade de um novo carro.
“Temos uma população que precisa de mais, e é isso que vamos perseguir. Mais equipes, mais veículos, melhores condições de trabalho e uma população mais satisfeita com os serviços”, destacou o coordenador da Atenção Primária à Saúde (Coaps), Elissandro Noronha.
CENSO – O último censo aponta a existência de, aproximadamente, 3,3 mil pessoas vivendo em situação de rua no Distrito Federal.
Por ser um contingente muito imediatista, devido às características próprias da rua, a ação rápida pode ser o diferencial na construção de vínculo e adesão aos tratamentos disponibilizados. Nesse sentido, a garantia de mobilidade proporciona ampliação do acesso e da resolutividade do cuidado ofertado a essas pessoas.
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Fonte: IGESDF – Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde / (61) 2017 1111