Projeto funciona como terapia e objetiva inclusão social de pessoas portadoras de transtornos mentais
Geração de renda, inclusão social e preocupação com o meio ambiente. Os três itens fazem parte do projeto Ecolavagem Automotiva, desenvolvido pelo Centro de Atenção Psicossocial II (Caps II) do Paranoá. Sete pacientes atendidos na unidade se revezam no atendimento, feito em dupla, no estacionamento do edifício-sede da Secretaria de Saúde (SES), no próprio Caps e, eventualmente, na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Paranoá.
“É um trabalho de ressocialização, inclusão social e inserção no mercado”, avalia o psicólogo do Caps II do Paranoá e coordenador do projeto, Antônio Carvalho. “Todo o recurso vai para os pacientes. Eles ajudam desde a organização do serviço até a receber o dinheiro. Isso é importante para a autonomia deles, pois, como têm transtorno mental grave, são muito dependentes da família.”
REFORÇO – Em tratamento de esquizofrenia há dez anos, Adriano Gonçalves conhece todo o passo a passo da ecolavagem, atividade a que vem se dedicando nos últimos tempos. “Não gasta muita água, como em um lava-a-jato, e não agride a natureza”, explica. “A gente usa uma técnica com três panos para limpar e passa álcool nos vidros”. No Caps II, esse é o segundo trabalho dele, que anteriormente ajudava na confecção de mosaicos.
Segundo Antônio Carvalho, os participantes passaram por treinamento em ecolavagem e atuam em 90% de todo o processo. “Agendamos os clientes e intervimos em caso de algum conflito entre eles, o que pode acontecer em razão da condição deles”, comenta.
Diante da responsabilidade, Bruno Moraes da Cruz diz se sentir útil trabalhando na ecolavagem. “O mercado de trabalho não aceita pessoas como a gente, não nos entende”, desabafa Bruno Moraes da Cruz. “Então, trabalhar aqui foi melhor para meu estado psicológico do que para o campo financeiro”. Em tratamento de transtorno de personalidade, ele conta que, com a renda, ajuda em casa e até se matriculou numa academia.
CAPS II – O Caps II do Paranoá atende pacientes maiores de 18 anos, portadores de transtornos mentais graves, severos e persistentes em situação de grave prejuízo psicossocial. Atualmente, estão cadastradas 400 pessoas nessas condições, mas, como funciona de porta aberta, o Caps faz acolhimento diário de novos pacientes. Também é possível referenciar o paciente para que a equipe de Saúde da Família acompanhar o tratamento.
Além da ecolavagem, a unidade promove outras oficinas sociais com os pacientes, como capoeira, teatro, música, poesia, trabalhos artesanais e educação física. Além disso, tem os atendimentos individuais por especialidade e psicoterapia em grupo.
Agendamento da Ecolavagem: (61) 99103-7790.
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Fonte: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde / (61) 2017 1111