Por Lilian Tahan
O governador Ibaneis Rocha e o presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente, ingressaram, nesta quarta-feira (24/04/2019), com pedido de dissolução do diretório regional do partido ao qual são filiados no Distrito Federal, o MDB. A medida, caso aceita, tira o ex-vice-governador Tadeu Filippelli do comando da legenda.
Além da intervenção, os dois emedebistas solicitam a suspensão da eleição do diretório local, marcada para 6 de maio. Segundo os autores do pedido, a data fere o estatuto do partido, que só previa escolha do novo comando da sigla no segundo semestre deste ano.
Os pedidos também se baseiam no regulamento do MDB, que prevê a dissolução do diretório “quando o desempenho eleitoral não corresponder aos interesses do partido ou, a critério do órgão hierarquicamente superior, for considerado impeditivo do progresso e do desenvolvimento partidários”. Internamente, tanto Ibaneis quanto Prudente reclamam da falta de espaço nas decisões partidárias.
“No caso do Distrito Federal, é fato notório que o MDB não tem tido a mesma expressão que outrora. A direção atual encontra-se desgastada e insiste em se manter no comando à revelia do que determina o Estatuto. Exemplo disso foi a extinção por vontade do atual presidente de todos os órgãos partidários zonais do DF”, justificam o governador e o presidente da CLDF no pedido.
“Eu gosto do Filippelli, é uma pessoa que sempre me apoiou, desde o início. Não quero cargo nenhum na Executiva partidária, mas defendo que haja renovação e acredito que o Rafael [Prudente] deve ser o novo presidente. Ele preside a Câmara Legislativa e teve uma excelente votação. O Filippelli poderia ser um excelente conselheiro, até mesmo como presidente de honra“, disse Ibaneis Rocha, governador do DF.
Comissão provisória
Ibaneis e Prudente pedem a nomeação de uma comissão provisória, “a fim de que seja realizada nova convenção para escolha do novo diretório dentro de 90 dias”.
Notificada, a Executiva Nacional dará cinco dias para que Tadeu Filippelli apresente defesa. Aliados do atual presidente do MDB, Romero Jucá, acreditam que o ex-senador deve acatar ao menos a suspensão das eleições locais, já que não haveria tempo hábil para a nomeação de outro comando temporário para o DF.
Procurado pela reportagem, Tadeu Fillippelli afirmou desconhecer o assunto. “Comigo não foi conversado absolutamente nada”, resumiu.
Fonte: Metrópoles