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Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil de Taguatinga desenvolve trabalho com crianças que tentaram suicídio e automutilação

Unidade faz atendimentos individuais e em grupos

Nos últimos anos, desafios expostos na internet e nas redes sociais tem estimulado o aumento no número de crianças e adolescentes que se automutilam e até tentam suicídio. Jogos como ‘Baleia Azul’ e a ‘Boneca Momo’, além da série ‘13 reasons why’ tem gerado grande influência nesse público. No mesmo período em que surgiram essas distrações, o Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil, o Caps i, de Taguatinga, registrou, anualmente, aumento de procura por atendimento.

De acordo com a gerente do Caps i Taguatinga, Kelly Cristina Vieira Silva, o centro acolhe, hoje, 526 crianças e adolescentes com idade entre 2 e 18 anos. Destes, 79 já tentaram suicídio e 83 fizeram automutilação, incluindo casos de indivíduos que passaram pelas duas situações. Na série histórica, o Caps i acolheu, em 2017, 84 crianças e adolescentes com ideia ou tentativa de suicídio e mutilação. Em 2018, foram acolhidos outros 150 e, neste ano, já somam 15 menores com estas características.

“Os comportamentos autodestrutivos envolvem vários fatores, como relacionamentos familiares e escolares, bullying, histórico de violência sofrida, entre tantos outros aspectos que podem levar ao suicídio e à automutilação. Os jogos e séries são fatores que podem se somar e influenciar esses pensamentos e comportamentos, resultando nesse aumento de casos. E nós estamos de portas abertas para ajudar”, incentiva.

RECONHECIMENTO – No trabalho realizado pelo centro, esses menores são divididos em grupos de até 15 meninos e meninas em idades similares. “No grupo estão, também, adolescentes com diagnóstico de depressão, que sofreram bullying, têm baixa autoestima e outros transtornos que geram sofrimentos. O nosso trabalho, além da orientação, também procura estimular a autonomia, a autoconfiança dessas pessoas para que elas sejam capazes de fazer as próprias escolhas, e escolhas conscientes”, conta Kelly.

No último ano, o grupo Ressignificar, do Caps i Taguatinga, ganhou o selo “Chega Mais – Selo de Qualidade de Serviços para Adolescentes”, concedido pelo Fundo de População das Nações Unidas, pela Secretaria de Políticas para Crianças e Adolescentes e pela Escola de Aperfeiçoamento do SUS. Uma das características do grupo é a forte personalidade dos adolescentes e o protagonismo. Como sujeitos propositivos e questionadores, os menores criaram o seu próprio ‘Dia do Adolescente’.

DATA – Kelly explica: “O dia do adolescente é comemorado em setembro, mas, como sempre fazemos atividades de prevenção ao suicídio, eles escolheram a melhor data. A ideia surgiu durante uma assembleia, em que os adolescentes participaram. Eles questionaram que tinha o Dia da Criança e deveria ter, também, o Dia do Adolescente. Então, sugeriram uma data e as atividades”.

Escolhida a data de 28 de março para a comemoração, os jovens programaram uma oficina de hip hop com o grupo “Jovens de Expressão” para a manhã deste dia. À tarde, estão previstas exibição de filmes, oficina de pipa e sarau.

Fonte: IGESDF – Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde / (61) 2017 1111

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