Por J.R Guzzo / jr.guzzo@metropoles.com
Há um exemplo por minuto. Agora, são as companhias aéreas que anunciam licença não remunerada para milhares de empregados
Ainda vai levar tempo, mas um dia será feita uma conta perturbadora o que destruiu mais vidas no Brasil, o coronavírus ou a virtual extinção de setores inteiros da economia privada? É uma extinção temporária, sem dúvida, enquanto as mortes que se seguem à contração do vírus são definitivas.
Mas está se construindperanças. Muitos dos que forem abatidos agora não terão como se levantar, ou perderão so no país todo um cemitério de empregos, carreiras, empreendimentos e eseu rumo. É uma tragédia. Seremos, um dia, um país livre do coronavírus. Em compensação, não há ideia de como reconstruir o que foi destruído.
Há um exemplo por minuto. Agora, são as companhias aéreas que anunciam licença não remunerada para milhares de empregados, e reduções de salário que podem chegar a 50%. Na sua esteira, inevitavelmente, virão penalidades do mesmo tipo para as empresas de terra que prestam serviços às companhias aéreas. Não é uma bobagenzinha: são 40 mil funcionários, 12.000 deles só em Guarulhos, sede do maior aeroporto do Brasil. Como ficam eles, e a cidade onde vivem?
Hoje são as empresas de aviação. Amanhã será o que? Perguntem a essas autoridades em pânico, incapazes de pensar e paralisadas pela sua própria covardia – o que leva todas elas a se copiarem umas às outras, para não correrem nenhum risco de serem acusadas de negligência. Têm todos esses governadores, prefeitos e políticos, uma ideia só: Proibir tudo não são eles que terão de pagar pelas decisões que tomam.
*Este texto representa as opiniões e ideias do autor
Fonte: Metrópoles