Grupo antitabagismo funciona na área rural do Paranoá
A Unidade Básica de Saúde (UBS) 7 do Paranoá reúne, toda semana, os moradores da localidade de Quebrada dos Neres que desejam parar de fumar. São quatro encontros, nos quais os pacientes partilham, com a equipe de Saúde da Família local, suas experiências, angústias e dificuldades com o vício. Todos são moradores da área rural e estão em situação de vulnerabilidade social.
A médica da unidade, Mônica Gonçalves Lanne, explica que os encontros em grupo “servem de apoio para enfrentar a luta contra o cigarro. O grupo é importante porque eles dividem as dificuldades uns com os outros, formando uma rede de suporte que desperta nos pacientes a força necessária para vencer o vício, tão prejudicial à saúde”.
O grupo acolhe pacientes como Nerci Batista da Silva, que já tentou outras vezes abandonar o cigarro. Seus pais eram fumantes e, a partir dos 12 anos de idade, ela começou a fumar cigarro de palha.
“Fumava escondido porque meu pai não queria, mas como ele fumava nem percebia” conta. Ela atribui a dificuldade em largar o cigarro à depressão, mas pensa na saúde dos filhos como motivo para deixar de fumar.
“Quero parar por causa da saúde, a minha e a dos meus filhos, que já têm bronquite alérgica e, embora eu não fume perto deles, eu sei que o cigarro os prejudica também”, reflete Nerci.
Além da terapia em grupo, os pacientes têm acesso, na UBS, a adesivo para a terapia de reposição de nicotina, auxiliar no tratamento contra o tabagismo. Outras drogas não são entregues na UBS 7, pois a unidade não possui farmácia.
NÚMEROS – Um levantamento feito pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), do Ministério da Saúde, na Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN), aponta que, em 1989, 34,8% da população acima de 18 anos eram fumantes.
Os dados mais recentes são de 2013, e apontam que o percentual total de adultos fumantes estava em 14,7 %. Destes, a maior porcentagem é de homens e moradores da zona rural.
DOENÇAS – Números do Inca mostram que, em 2015, o uso do tabaco teve relação direta com as mortes por doenças cardíacas (34.999); doença pulmonar obstrutiva crônica – DPOC (31.120); outros tipos de cânceres (26.651); câncer de pulmão (23.762); tabagismo passivo (17.972); pneumonia (10.900); e mortes por acidente vascular cerebral – AVC (10.812).
Os custos diretos, associados ao tabagismo, somaram, em 2015, R$ 39,4 bilhões. Os custos indiretos devido a mortes prematuras e incapacidades atingiram R$ 17,5 bilhões.
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Fonte: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde / (61) 2017 1111