Por Gabriella Furquim
Escolhido para Diretoria de Engenharia, Dawton Batista Baia é servidor da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo
Publicados no Diário Oficial desta sexta-feira (4/1), os nomes escolhidos por Ibaneis Rocha (MDB) para os cargos de chefia do Departamento do Distrito Federal (Detran/DF) não agradaram os servidores do órgão. Em nota, o sindicato da categoria, o SinDetran, manifestou o descontentamento (confira o texto abaixo).
Entre as queixas, a falta de diálogo com os funcionários públicos do órgão e a predileção pela carreira de agentes de trânsito em detrimento dos concursados em áreas administrativas.
Para a diretoria de Engenharia de Trânsito, Ibaneis nomeou um servidor da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo. O afastamento de Dawton Batista Baia consta no Diário Oficial do governo paulista. Dawnton assume o posto no órgão brasiliense “sem prejuízo dos salários e dos demais benefícios do seu cargo”. Ou seja, acumulará os rendimentos.
O valor recebido por Dawton na empresa de capital misto não é informado no Portal da Transparência do Governo de São Paulo. Com o posto no GDF, o contracheque do diretor terá acréscimo de R$ 12.007,79.
Confira a publicação no Diário Oficial de São Paulo:
Para Fábio Medeiros, presidente do SinDetran/DF, há nos quadros do Detran/DF engenheiros capacitados para o posto. “Servidores que conhecem a realidade do Distrito Federal”, afirmou.
O diretor-geral do órgão é Fabrício Moura, funcionário de carreira do Detran/DF há cinco anos. A equipe de comunicação de Ibaneis informou que Moura tem autonomia para escolher sua diretoria e que o governo não se manifestará sobre a nota do Sindetran.
Confira a íntegra da nota do Sindetran:
Sindetran/DF defende que as novas diretorias do Detran sejam comandadas por servidores das duas carreiras.
Atento às mudanças na nova gestão do Detran no Distrito Federal, o Sindicato dos Servidores das Carreiras que compõem os órgãos e Entidades Executivas de Trânsito do Distrito Federal (Sindetran/DF) aguarda e torce para que a vontade da categoria seja respeitada: servidores das nossas carreiras para comandar o Detran.
Desde outubro de 2018, a diretoria do Sindetran/DF tem feito uma articulação com os tomadores de decisão para que o comando das novas diretorias da Autarquia seja realizada por agentes e administrativos de forma justa.
Segundo o presidente do Sindetran/DF, Fábio Medeiros, esses cargos são instrumentos de barganha política, e antes de 2007 os nomes indicados eram de apadrinhados políticos e coronéis da PM que comandavam o Detran.
“Temos servidores altamente capacitados para assumir essas funções dentro do Detran e lutamos para que nossos servidores assumam o comando, porém, a tradição que acompanhamos nos últimos anos é essas vagas serem ocupadas como moeda de troca. Agora a discussão é outra: Superamos a fase dos coronéis mas agora parece que vai faltar a representação entre as carreiras. Existem duas carreiras que prestam duas atividades diferentes na Autarquia. Porém o Detran é uma engrenagem onde uma atividade depende e se completa com a outra”.
O Sindetran/DF alerta que as recentes nomeações não têm atendido o pedido da entidade desde o mês de novembro do 2018 no que se refere ao equilíbrio de poder e representação das carreiras no comando do Detran. Para diretor-geral e diretor-adjunto foram nomeados dois agentes. O pedido seria que o adjunto fosse um administrativo. Além disso, o nomeado para Engenharia não pertence ao quadro e vem da CET de São Paulo. A diretoria fica preocupada com o clima organizacional que pode piorar.
“Já no início de um novo GDF, já temos um novo problema e desconforto para resolver. Estaremos avaliando as demais gerências, chefias, e medindo o grau de divergência das nomeações, para avaliar com a categoria. Queremos trabalhar e ajudar o Governo, o Detran e Brasília, mas temos uma categoria que precisa ser ouvida e comandar o Detran, com justa divisão e igualdade na representação de gestão, na divisão justa do poder”, defende o presidente Fábio Medeiros.
Sindetran/DF
Brasília, 04/01/2019
Fonte: Metrópoles