Neste sábado (21/09), a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (ADASA) finalizou a 12ª edição da Semana Lago Limpo no Deck Sul do Lago Paranoá, em celebração ao World Cleanup Day. O evento teve como objetivo alertar e conscientizar a comunidade sobre o descarte correto de resíduos e a importância da preservação dos recursos hídricos.
A ação foi organizada em parceria com diversas instituições do Distrito Federal, como a Secretaria de Meio Ambiente do Distrito Federal (SEMA), o Instituto Brasília Ambiental (IBRAM), o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), a Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (CAESB), a Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso do Distrito Federal (FUNAP/DF), a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (NOVACAP), a Associação Brasileira de Esportes e Pesca Subaquáticos (DFSUB), o Grupamento de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), o Batalhão de Polícia Militar Ambiental do Distrito Federal (PMDF Ambiental), a Secretaria de Transporte e Mobilidade (SEMOB), a Administração Regional do Plano Piloto (RA-PP), a Associação de Pesca Esportiva, Subaquática e Conscientização Ambiental do Distrito Federal (ASPSSHARK-DF) e a Associação Brasileira de Esportes e Pesca Subaquáticos (DFSUB).
Durante a semana, o movimento de limpeza das margens e do espelho d’água do Lago Paranoá foi coordenado pela Agência, com a participação de reeducandos da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso do Distrito Federal (FUNAP/DF), frisando o compromisso com a inclusão social.
Deuselita Martins, diretora-executiva da FUNAP, destacou a importância do trabalho realizado pelos internos na ação de limpeza do lago. “O trabalho iniciou bem antes dessa semana de limpeza, onde os detentos confeccionaram 20 cestos flutuantes utilizados na coleta de resíduos no espelho d’água. O contato direto com o problema do lixo e como ele afeta o espaço que deveria ser de lazer é uma experiência muito válida para eles,” afirmou Deuselita.
Esse grande evento mobilizou mais de 100 voluntários entre reeducandos, mergulhadores das associações e estudantes da UDF, que retiraram cerca de 1,6 toneladas de lixo do lago.
“Todas essas pessoas vieram com espírito de colaboração. Eles não recebem nada por isso; ao contrário, investem seu tempo e recursos. Isso demonstra que quando a sociedade está motivada, pode trabalhar em parceria com o governo”, destacou o diretor-presidente da ADASA, Raimundo Ribeiro. “Estamos aqui limpando, mas o essencial é que a população não jogue lixo no lugar errado”, lembrou.
Luiz Felipe Cardoso, presidente do SLU, apontou a relevância da ação de limpeza no Lago Paranoá, especialmente em uma semana tão simbólica, que inclui o ‘Dia Mundial pela Limpeza da Água’. “A população precisa se conscientizar de que esse lago é um bem precioso para Brasília. Ele representa um grande espaço de lazer e é fundamental para abastecer a cidade, proporcionando diversão para centenas de pessoas nos finais de semana. Em tempos de crise climática, o lago se torna um refúgio contra as altas temperaturas e a baixa umidade que estamos enfrentando. Portanto, mantê-lo limpo é essencial”, refletiu Cardoso.
Para o secretário de Meio Ambiente, Gutemberg Gomes, as ações do governo são extremamente importantes neste cenário, envolvendo diversos órgãos de forma transversal, mas a população também precisa se envolver. “O governo está apostando primeiro nessas ações de conscientização para que haja uma mudança de comportamento da população. Porque, sozinho, o governo não consegue resolver o problema,” reiterou.
Marcelo Rocha, coordenador dos mergulhadores, enfatizou a gravidade da situação encontrada durante as ações de limpeza subaquática. “Embora realizemos essas ações voluntariamente e já tenhamos feito mais de oito eventos este ano, a quantidade de resíduos só aumenta. É impressionante o quanto as pessoas jogam lixo no lago, incluindo latinhas e garrafas plásticas”, lamenta.
Para os coordenadores dos cursos Medicina Veterinária e Ciências Biológicas da UDF, Victor Carnaúba e Ciro Joko, a limpeza do lago é de extrema importância na formação cidadã e profissional dos estudantes. “Se temos um ambiente saudável, consequentemente teremos animais mais saudáveis e pessoas mais saudáveis também. Ver o lixo espalhado em um local que deveria ser de lazer impacta os alunos significativamente”, falou Ciro.
A imagem de um Santo Antônio foi um dos primeiros itens retirados do lago, entre outros objetos como triciclo, pneus, tanque de lavar roupa e cadeirinha plástica. “Esse daí (Santo Antônio) guarda que eu quero levar para casa”, falou o mergulhador que encontrou o santinho.
Também foi encontrada uma tartaruga com um anzol preso à boca. “Realizamos a remoção imediata do anzol para aliviar a dor do animal, que também apresentava grande infestação de parasitas ao redor do corpo. Antes de soltá-la, é necessário realizar um tratamento específico para eliminar esses parasitas, que podem ter sido contraídos devido aos lixos jogados no lago,” explicou Victor, da UDF. O professor acrescentou que, por legislação, o animal deve ser encaminhado ao Centro de Triagem de Animais Silvestres conveniado ao Ibama. “Eles são responsáveis por todo o tratamento e reabilitação do animal antes da soltura,” concluiu.
Em paralelo ao recolhimento do lixo, também foram realizadas atividades educativas e recreativas promovidas pelo programa ADASA na Escola; aulas de zumba para o público presente; exposição do acervo do Museu do SLU; feira de adoção de pets; e frutas fresquinhas gratuitas oferecidas pela Ceasa. Os mascotes do Caninópolis, Cristal e Garizito fizeram a alegria da garotada. A hidratação dos presentes foi fornecida pela Caesb.
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