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24/11/2024
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Em seis anos de atuação, CrisDown se consolida como referência no país

Atendimento é voltado a pessoas com Síndrome de Down de todas as idades

“Sem o CrisDown não sei o que seria da minha vida”. A afirmação é de Osmarina Gomes, 50 anos, mãe de Afonso Roberto, 8 anos, que, desde pequeno, está em tratamento no Centro de Referência em Síndrome de Down (CrisDown), no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). A unidade se consolidou como referência no país em atendimento a pessoas com Síndrome de Down e completa, nesta terça-feira (26), seis anos de funcionamento.

Para Osmarina, com a ajuda da equipe multidisciplinar da unidade, foi possível melhorar o desenvolvimento físico de seu filho, ao longo dos anos, com a fisioterapia. “Foi essencial. Antes, ele era muito hipotônico, com pouca força muscular. Aqui, foi desenvolvendo suas capacidades físicas e, hoje, brinca, pula. Se não fosse pelo CrisDown, não sei o que seria das mães de filhos com Down”, diz, emocionada.

A importância do centro na vida dos pacientes não é para menos. É o único Centro de Referência Interdisciplinar do Brasil que acolhe, exclusivamente, pessoas com Síndrome de Down, desde crianças até idosos. A equipe multidisciplinar é formada por cerca de 30 profissionais, como fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, pediatra, neuropediatra, cardiopediatra, nutricionista, clínico geral, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social, geneticista, além de um ambiente adaptado para as inúmeras atividades desenvolvidas no centro.

DEMANDA – Como referência nessa área, é de se imaginar que a demanda seja considerável. Por ano, são recebidos para tratamento 80 adultos e 151 crianças. São realizados cerca de 300 atendimentos por semana, com um total de 1.370 usuários cadastrados desde 26 de março de 2013, quando foi inaugurado.

Antes, o atendimento era oferecido no antigo Centro de Saúde 11, na 905 Norte. No entanto, o trabalho não ocorria com a integração das várias especialidades.

“Em 2013, começamos um movimento entre os profissionais e organizamos o projeto de como seria o serviço. Assim, o CrisDown nasceu”, lembra a coordenadora da unidade, Carolina Vale. “Entre os maiores benefícios, destaco a oportunidade e a possibilidade que são trazidas aos usuários. Sabemos da importância do início dessas atividades logo na infância, mas também é necessário na fase adulta, com a inclusão deles na sociedade. Atendemos todos os setores de vida”, completa.

A principal característica do serviço é a facilidade, pois centraliza todas as necessidades em um só lugar e todo o atendimento em um único momento. “No dia do acolhimento, os pacientes já saem com consulta marcada em alguma especialidade. A ideia é oferecer o serviço para o paciente que mais necessita naquele momento”, ressalta a coordenadora do CrisDown.

SATISFAÇÃO – Um dos satisfeitos com o trabalho desenvolvido pelos especialistas da unidade é o servidor público Carlos Carvalho, 44 anos. Desde que sua filha, Cecília, tinha seis meses de idade ele a leva ao centro. Na época, ia para a fisioterapia e para desenvolver suas capacidades motoras. Hoje, com 5 anos, a menina frequenta a fonoaudiologia.

Depois de conseguir andar e adquirir estabilidade ao longo de dois anos, Cecília tem recebido mais estímulos para desenvolver a fala. Sorridente e comunicativa, a pequena demonstra, atualmente, muito mais facilidade para conversar, se locomover, e até de socializar com as pessoas.

Para Carlos, o avanço da filha se deve a todo o empenho dos servidores da unidade. “Eles são muito profissionais, competentes, dedicados e superam muitos desafios para prestar o trabalho que fazem. Aqui é um centro de excelência dentro do serviço público e da assistência à saúde no país, de forma geral”, elogia Carlos.

ATENDIMENTO – Os pacientes são encaminhados ao CrisDown por meio das unidades básicas de saúde e maternidades dos hospitais onde são atendidos. A coordenadora da unidade acrescenta, ainda, que o programa também atende gestantes a partir do momento em que elas descobrem que o filho nascerá com a síndrome.

“A forma do acesso ao CrisDown é por meio do acolhimento, que acontece toda primeira sexta-feira do mês, em dois momentos: um infantil, de 0 a 12 anos, incluindo também as gestantes; e outro momento, de pessoas a partir de 13 anos, sendo adolescentes, adultos e idosos”, explica Carolina Vale.

O clínico geral Karlo Quadros, responsável pelos trabalhos com adolescentes e adultos dentro do CrisDown, observa que, por muito tempo, no Brasil, o atendimento clínico a pessoas com Down era restrito a crianças. Contudo, na unidade, essa visão foi estendida para públicos de outras idades, desde que foi inaugurado.

“Quando a pessoa com Síndrome de Down enfrentava as transições de vida, como adolescência e idade adulta, não tinha um cuidado específico. Aqui, temos esse cuidado para todas as faixas etárias”, comenta Quadros.

Paralelamente ao tratamento dado ao paciente, o CrisDown também oferece orientação aos familiares, com grupos de debate, onde são trocadas experiências e esclarecidas todas as dúvidas. “O que temos aqui, com a reunião de todos esses profissionais e o cuidado interdisciplinar, não se encontra em outro lugar. O paciente é visto como um todo, atendido nos vários aspectos da vida. E o maior beneficiário é o usuário”, conclui Carolina Valle.

Fonte:  IGESDF – Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde / (61) 2017 1111

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