A recente revelação do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE/SP) sobre 10 eleitos com possíveis ligações ao Primeiro Comando da Capital (PCC) reacende um alerta grave: o avanço das organizações criminosas nas estruturas políticas brasileiras. É assustador constatar que, em pleno processo democrático, criminosos conseguem eleger seus representantes para cargos públicos, abrindo espaço para a corrupção e a manipulação das políticas públicas.
Não se trata apenas de uma questão de legalidade eleitoral, mas de uma ameaça direta à democracia. A infiltração de criminosos no poder público abala a confiança da população no sistema e compromete as decisões que deveriam ser tomadas em prol da sociedade. Como podemos esperar que alguém que carrega o peso de vínculos com o crime organizado defenda os interesses do povo?
Ainda mais preocupante é a morosidade da Justiça para lidar com esses casos. As Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIGE), embora necessárias, seguem um trâmite lento, permitindo que esses políticos mantenham seus cargos enquanto aguardam julgamento. Nesse intervalo, as políticas públicas correm o risco de serem moldadas conforme os interesses dessas organizações.
Não podemos ignorar que facções como o PCC atuam em várias frentes, incluindo o mercado financeiro e a administração pública. A pergunta que fica é: Até quando veremos o crime organizado ditar regras? Cabe à sociedade e às instituições reagirem, garantindo que o voto, pilar da democracia, não se torne um meio de poder para criminosos.
Fonte: DF Soberano