Exame detecta 30 patologias, em vez de seis, como recomenda o Ministério da Saúde
Considerado um dos exames mais importantes para detectar possíveis problemas na saúde das crianças, o teste do pezinho é realizado em 100% das crianças nascidas na rede pública do Distrito Federal. Por aqui, a triagem neonatal, nome formal do procedimento, é feita de forma ampliada, detectando 30 doenças diferentes o que coloca a capital federal como referência.
A recomendação do Ministério da Saúde é para a detecção de apenas seis doenças. Nesta quarta-feira (5) celebrou-se o Dia Nacional do Teste do Pezinho.
“Até 2008, a orientação era que as mães levassem os recém-nascidos à Unidade Básica de Saúde para fazer o teste. Mas, a partir daquele ano, mudamos a dinâmica e passamos a fazer o exame em todas as crianças no dia da alta. Isso fez nossa cobertura pular de 67% para 100%”, explica a coordenadora do Centro de Referência de Doenças Raras, Maria Teresinha Cardoso.
Para as crianças que precisam ficar internadas, como os prematuros, o teste é feito normalmente no terceiro dia, no quinto dia e no 30º dia de internação. “Ninguém fica sem fazer”, frisa a médica.
Todos os testes realizados na rede pública são analisados em laboratório de última geração, no Centro de Referência de Doenças Raras, localizado no Hospital de Apoio de Brasília (HAB). Apenas um aparelho é capaz de detectar até 22 doenças, podendo analisar o exame de um paciente a cada dois minutos. “Isso otimiza a coleta e faz o diagnóstico preciso em um curto espaço de tempo”, destaca o farmacêutico bioquímico da unidade, Marcone Viegas.
DOENÇAS – Cerca de 4 mil testes mensais são feitos no laboratório. Quando são detectadas alterações, uma equipe de busca ativa vai atrás da criança e a convoca para um novo teste. Desta vez, coletado diretamente no Centro de Referência de Doenças Raras.
Segundo Maria Teresinha, é comum dar alteração e, quando o exame é repetido, nada mais aparece. “Costuma acontecer muito isso com prematuros. Porém, cerca de 40% daqueles que apresentam alteração no primeiro teste, também apresentam no segundo”, destaca.
TRATAMENTO – Quando alguma patologia é detectada, a família já tem consulta agendada e entra no esquema semanal de atendimento, com equipe multiprofissional, de acordo com a patologia. “Quanto mais cedo se descobre a doença, mais cedo começa o tratamento e evita sequelas, internações e até mesmo a morte”, explica Teresinha.
Segundo a especialista, há um projeto de lei propondo uma nova ampliação do teste do pezinho no Distrito Federal, incluindo doenças lisossomais e imunodeficiências primárias. “Elas têm tratamento e exigem que seja iniciado precocemente. Então, o ideal seria que elas fossem detectadas no nascimento”, finaliza a coordenadora.
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Fonte: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde / (61) 2017 1111