A candidata a deputada distrital Luzia de Paula (PSB) foi entrevistada no programa Conectado ao Poder, da TV Cultura, pelo Jornalista Sandro Gianelli, e falou sobre o projeto Gente Que faz, sobre seu trabalho pela defesa das crianças, além de lembrar de sua passagem pela CLDF e citar o motivo de tentar novamente uma cadeira na Casa.
Como foi o projeto Gente Que Faz pelo Banco Bamerindus?
Eu tive a honra de ser escolhida para ser homenageada há algumas décadas. O Banco Bamerindus não existe mais, só que o ‘Gente Que Faz’ ficou marcado e eles só faziam esse programa com pessoas que tinham uma prestação de serviço à sociedade e, principalmente, às pessoas mais carentes. Até hoje temos que ter esse cuidado com as pessoas.
Com qual projeto a senhora foi escolhida?
Na época, era muito difícil a mãe de uma criança sair para trabalhar e encontrar um lugar para deixar o filho. Eu precisava trabalhar, então eu me reuni com outras mães e tivemos a ideia de nós mesmas cuidarmos dos nossos filhos e começamos com 20 crianças, dessas 20, 3 eram meus filhos. Nós fazíamos, dentro do espaço, aquilo que tínhamos condições de ofertar e eu, enquanto professora, tinha o domínio da didática, de como trabalhar com uma criança, então eu levava uma formação. O trabalho cresceu bem, foi de 20 para 100 crianças e tivemos que ir atrás de um espaço maior.
Hoje, quantas crianças são atendidas no Centro Comunitário da Criança?
Hoje a gente conta com mais de 40 mil crianças atendidas de modo direto e indireto, porque a instituição não trabalha só com a criança que está na escola, ela trabalha com toda a família.
Quais as maiores características que refletem no futuro de uma criança?
Principalmente o amor, porque quando se fala de amor, você fala de uma alimentação feita com amor, de um espaço que tenha zelo e isso é amor, então nós precisamos, para que a criança seja um ser perfeito quando ele for adulto, do amor, que dele vem o respeito e a responsabilidade. É necessário um equilíbrio entre o amor e o limite.
O que foi a multimistura?
Na década de 70, quando nós iniciamos os trabalhos, nós tínhamos uma dificuldade muito grande para poder oferecer uma alimentação realmente boa para que as crianças tivessem um desenvolvimento adequado, então eu tive a oportunidade de conhecer uma nutricionista e um ginecologista, que realizavam um trabalho com aproveitamento de plantas para ajudar as crianças, e somavam isso ao farelo do arroz, e aí que veio a formação da multimistura, A partir desse aprendizado, conseguimos alimentar as crianças com aquilo que estava acessível para as mães. É possível comer de forma bastante nutricional sem gastar muito.
Qual foi o maior projeto de lei executado na Câmara Legislativa?
Nós tivemos a oportunidade de criar e aprovar o projeto das creches células, que foi o primeiro projeto realizado quando ocupamos a cadeira. Eram creches que formavam filiais.
Como foi a criação do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente?
Para o Fundo da Criança e do Adolescentes nós fizemos a Emenda à Lei Orgânica, que nós tiramos a condição do Estado de tirar dinheiro de certo lugar para colocar em outro. Hoje há um valor muito significativo e que vem ajudando muitos projetos, tanto de parceiros do governo, quanto de outras entidades.
Por qual razão se candidatar mais uma vez?
Estamos mais uma vez nessa missão por acreditar que podemos fazer mais. Nós tivemos a oportunidade de fazer um número significativo de ações e queremos continuar.
Cite um dos seus projetos?
Precisamos urgentemente das creches noturnas, porque temos crianças que precisam de amparo de noite, pois existem mães que trabalham durante toda a noite muitas vezes.
Fonte: Conectado ao Poder
