Por Cláudio Ulhoa & Ricardo Ulivestro
O petista está abaixo nas pesquisas de intenção de voto em relação a Bolsonaro; Leandro Grass se apresenta com muitas propostas, mas poucos votos
Uma revelação feita pelo site de notícias Radar DF mostrou que a decisão do Partido dos Trabalhadores no Distrito Federal de colocar o nome de Leandro Grass como candidato da federação PT / PV / PCdoB não passou de um jogo de “faz de conta”. A afirmação teria sido feita por um petista que também afirmou que a escolha do nome se deu justamente pelo fato de que Grass é um candidato com pouca visibilidade entre os eleitores do DF, já que a candidata ao Senado, Rosilene Corrêa, e ao ex-deputado federal, Geraldo Magela, que eram fortes pretendentes ao posto, tinham mais chances de vencer as eleições.
Por tais afirmações, tiramos apenas duas conclusões: ou o PT quer perder as eleições, e entrou na corrida eleitoral com um candidato de poucos votos; ou o partido perdeu a noção do jogo político, uma vez que Leandro Grass, entre todos os nomes que o PT no DF, seria o de menor expressão.
Se partimos da segunda premissa, Grass realmente é uma figura pouco conhecida entre os eleitores do DF, a começar pela sua votação na eleição de 2018 para deputado distrital, em que ele teve 6.578 votos, de acordo com dados da Câmara Legislativa. Essa constatação, por mais superficial que seja, mostra o longo caminho que o candidato terá que percorrer para alcançar, por exemplo, os 1.042.574 votos o equivalente a 69,79% dos votos válidos – que o candidato Ibaneis Rocha (MDB), ou os 451.329 votos, do segundo candidato, Rodrigo Rollemberg (PSB) ou 30,21% dos válidos tiveram na última eleição.
Em política, assim como em outras áreas das ciências humanas, nada pode ser concluído de antemão, a disputa eleitoral é um jogo em que só saberemos o resultado final assim que encerrar as contagens dos votos. Mas, a experiência e prática na disputa por eleições dá alguns ensinamentos, e um deles, é que existem candidatos bom votos e outros nem tanto.
Pode ser esse o dilema enfrentado por Leandro Grass dentro de uma competição de alto nível, onde para se manter dentro da disputa, é preciso ter o chamado “capital político”. Ibaneis, com sua vitória em 2018, e agora liderando as pesquisas na busca pela reeleição, o que mostra que ele não só manteve o apoio político como também o ampliou durante sua gestão, pode a vir se tornar um grande puxador de votos nestas eleições.
O reflexo desse potencial político de Ibaneis Rocha pode estar no resultado da última pesquisa do Metrópoles/Ideia divulgada no último dia 19, em que mostra o atual chefe do Executivo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) com 41,6% das intenções de votos contra 35% do seu principal concorrente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre os eleitores do DF.
Ibaneis apoia a reeleição de Jair Bolsonaro e sua boa pontuação na capital federal – o governador continua na frente e cresceu 10 pontos estando agora com 39,9% ante os 9% da segunda candidata, a Leila do Vôlei.
Agora as dúvidas que ficam são: por que o PT colocou Leandro Grass para perder as eleições? Por qual motivo fazer dele um ‘boi de piranha’? Ou será que é objetivo do PT, em um possível governo Lula, é de conversar com Ibaneis, caso o governador seja reeleito? Afinidades, com as devidas reservas, Ibaneis e Lula possuem: tanto um quanto o outro partem do princípio de que é dever do poder público ajudar os mais necessitados. “Governo é para pobre; rico, basta não atrapalhar.”
Tal frase foi dita por Ibaneis, em setembro de 2021, quando na ocasião ele almoçava com representantes do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Distrito Federal (Sincodiv/DF).
Fonte: Cláudio Ulhoa é Jornalista membro da Associação Brasileira de Portais de Notícias (ABBP)
