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26/04/2024
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Governador Luiz Fernando Pezão é preso em operação da Polícia Federal

Luiz Fernando Pezão (MDB) é investigado por suposto envolvimento em recebimento de propina

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), foi preso na manhã desta quinta-feira (29/11), em uma operação da Polícia Federal. Ele é acusado de receber propina durante sete anos em que foi vice-governador nos mandatos do então governador Sérgio Cabral, entre 2007 e 2014.

O governador recebeu voz de prisão no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador do estado. A operação da Polícia Federal é um desdobramento da Lava-Jato e é resultado da delação premiada de Carlos Miranda, apontado como operador da quadrilha chefiada por Cabral. O mandado de prisão foi expedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob a relatoria do ministro Felix Fischer.

O governador deixou por volta das 7h30 o Palácio Laranjeiras, residência oficial, escoltado pela PF. O emedebista chegou à sede da PF do Rio pouco antes das 8h. Imagens mostraram o governador descendo de um dos carros da comitiva ao lado de policiais federais. Ele não usava algemas.

Agentes da PF estavam na residência oficial desde às 6 horas. Pezão foi levado num comboio de três veículos, com vidro fumê. O governador foi fotografado num dos carros pelo jornal “O Dia”. Alguns poucos transeuntes acompanharam a saída de Pezão – o Palácio Laranjeiras fica numa área residencial pouco movimentada da zona sul do Rio.

As investigações apontam que o governador integra o núcleo político de uma organização criminosa que, ao longo dos últimos anos, cometeu vários crimes contra a administração pública, com destaque para a corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a PF, Pezão recebia mesada de R$ 150 mil durante o mandato de vice-governador e ainda teria recebido valores no valor de R$ 2,3 milhões para pagar obras em sua residência, em Barra do Piraí, município ao sul do estado do Rio de Janeiro.

Além do governador, o secretário de obras José Iran Peixoto Júnior também é alvo da operação. A PF também faz buscas na casa de Hudson Braga, ex-secretário de Obras do governo Cabral. As operações começaram por volta das 6h da manhã envolvendo pelo menos três viaturas e helicópteros que sobrevoam a região.

Pezão é o terceiro governador do Rio de Janeiro preso e o primeiro em cumprimento do mandato. Os ex-governadores Anthony Garotinho e Sergio Cabral foram presos. Também foram detidos, anteriormente, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani (MDB) e vários parlamentares da Casa.

Esquema de corrupção próprio

A operação é resultado de petição apresentada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ao relator do caso, Felix Fischer. Além das prisões, o STJ autorizou buscas e apreensões em endereços ligados a 11 pessoas físicas e jurídicas, bem como o sequestro de bens dos envolvidos até o valor de R$ 39,1 milhões. Ao todo, são 30 mandados que estão sendo cumpridos nas cidades cariocas do Rio de Janeiro, Piraí, Volta Redonda e Niterói, além de  Juiz de Fora (MG).

No pedido, Dodge enfatizou ainda que Pezão foi secretário de Obras e vice governador de Sérgio Cabral, entre 2007 e 2014, período em que já foram comprovadas práticas criminosas. “A novidade é que ficou demostrado ainda que, apesar de ter sido homem de confiança de Sérgio Cabral e assumido papel fundamental naquela organização criminosa, inclusive sucedendo-o na sua liderança, Luiz Fernando Pezão operou esquema de corrupção próprio, com seus próprios operadores financeiros”, diz em nota o MPF.

Ainda segundo a nota, cabia a Pezão dar suporte político aos demais membros da organização que estão abaixo dele na estrutura do poder público e, para tanto, recebeu valores vultosos, desviados dos cofres públicos e que foram objeto de posterior lavagem.

Necessidade de prisões

No pedido de prisão, o MPF sustentou que, solto, Pezão poderia dificultar a recuperação dos valores, além de dissipar o patrimônio. “Há registros documentais, nos autos, do pagamento em espécie a Pezão de mais de R$ 25 milhões no período 2007 e 2015. Valor absolutamente incompatível com o patrimônio declarado pelo emedebista à Receita Federal. Em valores atualizados, o montante equivale a pouco mais de R$ 39 milhões (R$ 39.105.292,42) e corresponde ao total que é objeto de sequestro determinado pelo ministro relator”, cita.

Pessoas com prisões decretadas:

Luiz Fernando Pezão – Governador do estado do Rio de Janeiro

José Iran Peixoto Júnior – Secretário de Obras

Affonso Henriques Monnerat Alves Da Cruz – Secretário de Governo

Luiz Carlos Vidal Barroso – Servidor da secretaria da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico

Marcelo Santos Amorim – Sobrinho do governador

Cláudio Fernandes Vidal – Sócio da J.R.O Pavimentação

Luiz Alberto Gomes Gonçalves – Sócio da J.R.O Pavimentação

Luis Fernando Craveiro De Amorim – Sócio da High Control

César Augusto Craveiro De Amorim – Sócio da High Control

Fonte: Correio Braziliense / Agência Estado.

Redação
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